Governo Lula aposta em ‘racha’ entre senadores que apoiaram Marinho no Senado
O resultado da eleição para a presidência do Senado mostrou uma oposição forte dentro da Casa.
O governo do presidente Lula (PT) aposta em racha entre o grupo que apoiou o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), garantindo a ele 32 votos na disputa com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pela presidência do Senado.
De acordo com informações do Blog Valdo Cruz, a avaliação é de que uma parcela vai se aproximar do governo petista e outra deve adotar posição intermediária, mas sem o comando de bolsonaristas.
No entanto, o resultado da eleição para o comando do Senado mostrou uma oposição forte dentro da Casa. Os 32 votos em Rogério Marinho seriam suficientes, por exemplo, para protocolar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Apesar disso, os assessores de Lula, confiam que esse grupo não formará um bloco coeso daqui em diante.
Ainda de acordo com um dos assessores o bolsonarismo radical deve representar metade desses 32 votos de Marinho, na prática.
"A outra metade estava insatisfeita com o Davi Alcolumbre, com algumas posições de Rodrigo Pacheco e com o fato de ainda não terem sido atendidos pelo governo Lula. Agora, essa metade vai estar aberta a negociações", avaliou um interlocutor direto do presidente da República, em conversa com o blog.
Além disso, Rodrigo Pacheco deve abrir negociações com os partidos PP e Republicanos. Os dois partidos integraram a campanha frustrada de reeleição de Jair Bolsonaro, em outubro, e apoiaram Rogério Marinho para comandar o Senado.
De acordo com aliados de Pacheco, uma eventual aproximação com o PL de Bolsonaro e Marinho está descartada. No caso de PP e Republicanos, é possível um arranjo que dê às siglas cargos na Mesa Diretora da Casa.
Diante da situação, o governo Lula também deve buscar, em breve, uma mesa de negociação para que o Republicanos se torne um partido da base aliada.
Oposto a isso, Rogério Marinho tem o desafio de convencer os senadores que se aliaram em torno de sua candidatura a permanecerem unidos.
No entanto, a tentativa é considerada "praticamente impossível" por aliados do ex-ministro de Bolsonaro. Eles acreditam, no entanto, que a debandada será menor que a calculada pelo PT.