Governo Lula prepara megaoperação para retirar garimpo ilegal das terras Yanomami
Na previsão mais otimista, iniciativa dura ao menos dois meses
(REUTERS/Amanda Perobelli)
O governo Lula (PT) começa nesta semana a megaoperação de retirada do garimpo ilegal das terras indígenas Yanomami. Na quarta-feira (8), o ministro da Defesa, José Múcio, vai a Roraima com os comandantes das Forças Armadas para ajudar a coordenar a iniciativa.
Estarão com Múcio:
General Tomás de Paiva (Exército);
Brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica);
Almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha).
Estima-se que haja ao menos 20 mil garimpeiros ilegais no território, mas o número pode chegar a 40 mil.
Megaoperação. Na previsão mais otimista do governo, a iniciativa deve durar no mínimo dois meses. As Forças Armadas, no entanto, já se preparam para um período maior.
O governo tem evitado compartilhar, oficialmente, detalhes sobre como irá proceder contra os garimpeiros, de forma a evitar reações, acobertamentos dos crimes e fugas – que já têm sido relatadas, incluindo em vídeos divulgados nas redes sociais.
Um dos motivos são os bloqueios aéreos e fluviais decretados por Lula na terça-feira passada (31). A medida determina que cada Força desempenhe um tipo de ação na terra indígena para defendê-la:
Exército: Responsável por realizar trabalho de campo para identificar criminosos;
Marinha: Presta apoio com barcos e com a vigilância nos rios;
Aeronáutica: Envia doações para os Yanomami e monitora o espaço aéreo.
"Qualquer voo suspeito vai ser obrigado a desviar a rota e pousar numa pista para ser identificado", explicou Múcio na semana passada.
Reforços. Hoje (6), o ministro da Justiça, Flávio Dino, informou que determinou o deslocamento de mais cem agentes da Força Nacional para Roraima. O objetivo é proteger bases da Funai e postos de saúde.
Segundo o ministro, esta é a transição para uma segunda fase da operação na região. Em ocasiões passadas, Lula reforçou que sua gestão tem a meta de demover os garimpeiros ilegais das terras Yanomami – inclusive à imprensa internacional.
O fim da exploração ilegal em terras indígenas, ampliada sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), também foi uma de suas principais promessas de campanha no ano passado.