Grávida morta em Campos: entenda o crime

Letycia Peixoto Fonseca estava no oitavo mês de gestação e foi alvo de tiros na rua de casa e completa uma semana nesta quinta-feira

Grávida foi assassinada na rua de casa (Foto: Getty Images)
Grávida foi assassinada na rua de casa (Foto: Getty Images)

Cinco suspeitos de envolvimento no caso da morte de Letycia Peixoto Fonseca foram presos nos últimos dias. Grávida de oito meses, ela foi alvo de tiros na Rua Simeão Schremeth, enquanto deixava a mãe em casa. Entre os detidos, está o companheiro da vítima, Diogo Viola de Nadai, apontado pela família de Letycia como pai do bebê esperado por ela.

Quem são os presos e por quê?

Diogo Viola de Nadai é apontado pelo inquérito da Polícia Civil como autor intelectual e mandante do homicídio da companheira Letycia Peixoto Fonseca

Outros dois suspeitos seriam os executores, identificados como Dayson e Fabiano

João Gabriel Ferreira Tavares teria emprestado a motocicleta utilizada no crime, além de ter participado das fases prévias à execução e recebido dinheiro dividido pelo crime

Já Gabriel Reis teria sido o intermediário entre os executores e o mandante

Os envolvidos receberiam R$ 5 mil a ser divididos em quatro partes iguais

Entenda o crime

Diogo Viola de Nadai e outros dois suspeitos foram presos nesta terça-feira. Mais dois homens apontados como envolvidos no crime foram presos no sábado e na segunda-feira. Os envolvidos receberiam R$ 5 mil para ser repartido entre eles, restando R$1.250 para cada um.

Letycia Peixoto Fonseca voltava de uma visita ao seu novo apartamento, para onde estava de mudança. Acompanhada da mãe, Cintia Pessanha Fonseca, e da tia, Simone Peixoto, a vítima deixava as duas em casa. Ao encostar o veículo, foi cercada por dois homens em uma moto.

Atingida por cinco tiros, a grávida — que estava no seu oitavo mês de gestação — foi levada para o hospital, mas não resistiu. Seu filho, Hugo Peixoto Fonseca, chegou a nascer, mas morreu no dia seguinte ao crime.

A mãe de Letycia, Cintia Pessanha Peixoto Fonseca, partiu para cima dos criminosos e foi baleada na coxa, mas passa bem.

Segundo familiares de Letycia, a relação com Diogo era de idas e vindas. A mãe da vítima, Cintia Peixoto Fonseca, contou em entrevista ao GLOBO que o motivo das separações era o fato do companheiro se esquivar quando ela falava em conhecer sua família. Casado com outra mulher, Diogo dizia a Letycia que estava em processo de divórcio, segundo Cintia.

— Acho que minha filha não acreditaria ao vê-lo preso. De onde ela está, a dor maior dela não deve ser a morte, mas ver através de que (modo) e de quem — observou Cintia.

Quem é quem?

Diogo Viola de Nadai é apontado pelo inquérito da Polícia Civil como possível autor intelectual e mandante do homicídio. Segundo as investigações, o companheiro da vítima teria tentado apagar histórico de seu aparelho celular no dia do crime.

O contexto tratado no caso é o de um crime passional, ligado à prática de crimes violentos: motivado por ciúmes, posse, necessidade e controle sobre o companheiro, além de descontrole emocional. Segundo os depoimentos apresentados pelas testemunhas, Diogo apresentaria alguns desses comportamentos. Ele é tratado como alguém de "elevado grau de periculosidade", de acordo com o inquérito, além de "de ostentar poder de interferência direta nas investigações".

João Gabriel Ferreira Tavares seria o proprietário da moto usada no crime. Ele, de acordo com as investigações, tinha conhecimento que o veículo seria usado no crime e emprestou o veículo sob a promessa de ser pago pela participação. João Gabriel também teria envolvimento com o tráfico da localidade conhecida como Ururaí, em Campos.

Dayson e Fabiano são apontados como os executores de Letycia. Assim como João Gabriel, o inquérito da Polícia Civil aponta para o envolvimento dos dois com o tráfico da Ururaí. Dayson confessou o crime e, em depoimento, "forneceu importantes detalhes sobre o crime que ajudaram a esclarecer os fatos e concluir pela participação dos demais envolvidos", segundo aponta o inquérito. Eles foram parados pela Polícia Militar dirigindo um carro sem placa três horas antes do crime. Foram liberados por nada ilegal ser encontrado na revista.

Já Gabriel Reis teria intermediado a contratação de Dayson e Fabiano por parte de Diogo.