Grávidas e mulheres no puerpério entram no grupo prioritário da vacinação contra a covid-19
Mulheres grávidas e no puerpério (até 60 dias após o parto) foram incluídas como prioridade na vacinação
Ministério da Saúde alega que essas mulheres têm mais risco de serem hospitalizadas com a doença
Gestantes e puérperas com comorbidades devem ser vacinadas antes
O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica na última segunda-feira (26) incluindo mulheres grávida e puérperas (no período pós-parto) no grupo prioritário da vacinação contra a covid-19. O puerpério é considerado o período de 45 a 60 dias após o nascimento do bebê.
Antes, eram prioridade mulheres nesses grupos com comorbidades. Segundo a pasta, mesmo com a inclusão, as mulheres grávidas e puérperas com doenças pré-existentes devem ser vacinadas antes. Em seguida, o novo grupo pode começar a receber o imunizante.
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O Ministério considera “altamente provável” que o benefício de grávidas e puérperas tomarem vacina seja muito maior do que os riscos oferecidos pelas vacinas contra a covid-19. “Portanto, o Programa Nacional de Imunizações [...] decidiu por recomendar a vacinação contra a Covid-19 de todas as gestantes e puérperas e incluí-las nos grupos prioritários para vacinação”, alega a pasta.
Maior risco para gestantes e puérperas
De acordo com Franciele Francinato, coordenador do Programa Nacional de Imunizações, o governo tomou a decisão porque grávidas e puérperas têm mais risco de precisarem de hospitalização caso sejam contagiadas pela covid-19.
Segundo especialistas, gestantes tem maior predisposição às infecções virais. Há estudos que comprovam que grávidas com covid-19 apresentaram maior risco de necessidade de internação hospitalar, de desenvolver quadros graves, de precisarem de um leito de UTI e de necessidade de ventilação mecânica.
Consequentemente, mulheres gestantes teriam mais chance de morrer, caso contraiam a covid-19.
Os dados do Brasil também mostram que o número de mortes por covid-19 em mulheres gestantes ou puérperas é elevado. Por isso, essas mulheres são consideradas parte do grupo de maior risco. De acordo com o documento da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), 75% das mortes maternas por covid-19 no mundo aconteceram no Brasil.
Em relação ao aleitamento materno, especialistas afirmam que a suspensão da amamentação não é recomendada, mesmo que a lactante receba a vacina contra a covid-19.