Guerra na Ucrânia: quatro meses depois, saiba quem ganha e quem perde no mundo
Ao longo de quatro meses, a invasão russa na Ucrânia reconfigurou o tabuleiro global de países com vantagens geopolíticas e com oportunidades econômicas. Surgem inesperados ganhadores e preocupantes perdedores. A RFI ouviu especialistas para avaliar os impactos da guerra em diferentes regiões do planeta.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
A partir da invasão russa na Ucrânia, a regra geral que diferencia as nações ganhadoras das perdedoras no campo econômico é o quão dependentes estavam de energia, alimentos e minérios fornecidos pelos dois países em guerra. As ganhadoras são aquelas que podem ganhar mercado ao substituírem o fornecimento dessas matérias primas que Rússia e Ucrânia deixaram de prover, quer seja por bloqueio quer seja por sanções econômicas.
No campo geopolítico, surgem alguns inesperados ganhadores e uma certeza: os novos investimentos vão procurar democracias com qualidade institucional, em detrimento das autocracias nas quais um líder decide o destino do país, como na Rússia de Vladimir Putin.
A quase totalidade dos países perde a batalha da inflação e, na luta com alta dos juros, correm o risco de transformar o menor crescimento econômico mundial em recessão.
"Mas toda a América Latina está diante de um desafio para aproveitar essa oportunidade: terá de melhorar a sua capacidade logística, aumentar a taxa de investimento e a qualidade institucional", adverte.
O pódio árabe
Um inesperado ganhador é Taiwan cuja vulnerabilidade ficou em evidência depois da comparação com a Ucrânia.
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