Haddad: Imposto de Exportação é solução temporária para lucros 'exorbitantes' de petroleiras

BRASÍLIA — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (dia 1º) o imposto sobre a exportação de óleo cru, anunciado na véspera, como uma medida temporária para o que classificou de lucros "exorbitantes" da Petrobras e demais empresas do setor.

O Ministério da Fazenda estima uma arrecadação de R$ 6,67 bilhões com a incidência dos impostos sobre o óleo cru ao longo de quatro meses. A medida foi anunciada como compensação para a perda de receita da reoneração parcial da gasolina e etanol.

— (O Imposto de Exportação) É uma solução de transição. As empresas estão com lucros extraordinários por causa do aumento dos preços do petróleo. São lucros exorbitantes. E pagam poucos impostos, na minha opinião. Então é uma solução provisória para a gente "fasear" a reoneração, e o Congresso é que vai dar a palavra final. Tudo dá ruído, mas acho que acomoda, a gente vai explicando, e as coisas vão ficando mais transparentes — disse Haddad em entrevista ao site "UOL".

A volta dos impostos federais (PIS/Cofins e Cide) será de R$ 0,47 para a gasolina e alta do etanol será de R$ 0,02. O valor cobrado até maio do ano passado, antes do início da desoneração iniciada no governo Bolsonaro, era de R$ 0,69 e R$ 0,24 por litro, respectivamente.

Em 2021 o lucro líquido da Petrobras foi de R$ 106,6 bilhões, o maior já registrado por empresas de capital aberto no Brasil. A receita líquida da petroleira atingiu R$ 452,7 bilhões no segundo ano de pandemia, com uma elevação de 66% frente ao ano anterior. Os dados consolidados de 2022 devem ser divulgados nesta quarta-feira.