A possível indicação do deputado federal Ricardo Salles (PL) para presidir a Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Câmara dos Deputados foi alvo de críticas por parte de políticos e especialistas. No Twitter, usuários apontaram que a medida seria “desastrosa” e o mesmo que colocar “a raposa no galinheiro”.

De acordo com o site Eixo Político, o PL ficará com a comissão e fará a indicação. A presidência das comissões vai depender de acordos e da distribuição partidária.

Ao que tudo indica, o PT ficará com a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a mais importante, e com algumas outras.

Por que Sales é criticado?

O atual parlamentar foi ministro do Meio Ambiente na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e ganhou repercussão após falar, durante a pandemia, que o governo deveria “deixar passar a boiada”.

A frase, proferida durante uma reunião ministerial que se tornou pública, faz referência à proposta de afrouxar a legislação ambiental em favor dos madeireiros – o que lhe rendeu uma investigação no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele deixou o governo passado em junho de 2021.

O que dizem os críticos?

• Deputado federal Ivan Valente (PSOL)

"Só pode ser brincadeira de mau gosto! O PL está querendo Ricardo Salles na presidência da Comissão do Meio Ambiente na Câmara, o traficante de madeira ilegal que colaborou com o genocídio yanomami", escreveu.

• Ricardo Galvão, ex-diretor do Inpe e membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

“Isso seria desastroso para a implantação da nova política ambiental do Governo Lula; é uma afronta à sociedade brasileira”.

• Giovanni Mockus, presidente da Rede em São Paulo e aliado de Marina Silva

“Colocar Ricardo Salles na presidência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável é como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro. Ele é responsável pelo desmonte dos órgãos ambientais e pelo crescimento do desmatamento. Salles ≠ Desenvolvimento Sustentável”.