Investigação federal americana acusa polícia de Louisville de abusos repetidos

A polícia da cidade de Louisville, no coração dos Estados Unidos, recorreu repetidamente ao uso excessivo da força e a outras práticas ilegais, discriminatórias e, até mesmo, racistas, concluiu uma investigação federal nesta quarta-feira (8).

A investigação teve início após a morte, em 13 de março de 2020, de Breonna Taylor, baleada depois que três policiais, que não estavam uniformizados, entraram no apartamento onde ela estava com o namorado, munidos de um mandado de busca por drogas.

O namorado de Breonna trocou tiros com os agentes e disse que pensou que se tratassem de invasores. Os policiais efetuaram mais de 30 disparos e Breonna foi atingida cinco vezes. Nenhuma droga foi encontrada no local.

O caso gerou indignação nacional. Em suas conclusões, o Departamento de Justiça denuncia as "práticas policiais agressivas" em Louisville, "implementadas de maneira seletiva, principalmente contra negros".

Alguns policiais se filmaram de dentro dos seus carros jogando bebida em pedestres, insultaram portadores de deficiência e xingaram pessoas negras.

Os investigadores federais também perceberam o uso indevido por oficiais em Louisville de cães policiais e armas de choque. Durante as prisões, eles recorrem com frequência ao estrangulamento para neutralizar os suspeitos.

O documento critica os controles injustificados em rodovias, as buscas ilegais e a perseguição reiterada a pessoas pertencentes a minorias.

O relatório foi apresentado pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, que viajou de Washington para Louisville, maior cidade do estado de Kentucky.

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