Irã declara Forças Armadas dos EUA como 'terroristas'

Iranian lawmakers chant slogans as some of them hold posters of Gen. Qassem Soleimani, who was killed in Iraq in a U.S. drone attack, in an open session of parliament, in Tehran, Iran, Tuesday, Jan. 7, 2020. Iran's parliament has passed an urgent bill declaring the U.S. military's command at the Pentagon in Washington and those acting on its behalf "terrorists," subject to Iranian sanctions. (AP Photo/Vahid Salemi)
Parlamentares iranianos aprovaram a classificação de 'terroristas' para militares das Forças Armadas dos EUA. (Foto: AP Photo/Vahid Salemi)

O Parlamento do Irã aprovou nesta terça-feira (7) uma lei que designa as Forças Armadas dos Estados Unidos como "terroristas", sinalizando uma escalada da tensão no Oriente Médio.

A decisão do regime de Teerã ocorre em meio à expectativa de retaliação militar contra alvos dos EUA após o assassinato do general Qasem Soleimani, uma das principais autoridades do país persa, em um bombardeio americano no Iraque na semana passada.

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A medida aprovada pelos parlamentares iranianos diz que qualquer ajuda ao Exército americano "será considerada cooperação com um ato terrorista". O texto é uma emenda a uma lei votada em abril que descreve os EUA como um país "patrocinador do terrorismo".

O Parlamento também autorizou um aporte de EUR 200 milhões (aproximadamente R$ 910 milhões) destinado às forças Quds, grupo de elite da Guarda Revolucionária que opera no exterior e que era comandado por Soleimani até a sua morte.

Também nesta terça-feira, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã disse avaliar diversos "cenários de vingança" contra os EUA.

"Até agora nós discutimos no conselho 13 cenários de vingança, e que mesmo que haja consenso em torno do cenário mais moderado sua realização poderá ser um pesadelo para os americanos", declarou o secretário do organismo, Ali Shamkhani, de acordo com a agência de notícias semioficial Fars.

FUNERAL

O corpo do general Suleimani chegou nesta terça a Kerman, sua cidade natal, onde será enterrado. O evento foi acompanhado por uma multidão, repetindo as cenas registradas nos últimos dias em cortejo fúnebre em outras partes do Irã.

"Nossa vontade é firme. Dizemos aos nossos inimigos que nos vingaremos e que se [atacarem novamente] incendiaremos aquilo que eles amam", disse na cerimônia em Kerman o comandante interino da Guarda Revolucionária, Hosein Salami.

Suleimani foi morto na sexta-feira (3), quando seu comboio foi atingido por um míssil disparado por um drone americano próximo ao aeroporto de Bagdá, no Iraque. Arquiteto da estratégia militar iraniana para o Oriente Médio, o general era considerado um herói nacional.

da FolhaPress