Jair Bolsonaro cancela a nomeação de Alexandre Ramagem para diretoria da PF

Brazil's President Jair Bolsonaro leaves his presidential residence Alvorada Palace, where he spoke to the press in Brasilia, Brazil, Monday, April 27, 2020. (AP Photo/Eraldo Peres)
Decisão de Bolsonaro de tornar sem efeito a nomeação de Ramagem foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União. (Foto: AP Photo/Eraldo Peres)

O presidente Jair Bolsonaro anulou a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da PF (Polícia Federal). A medida foi oficializada por um decreto publicado em uma edição extra do DOU (Diário Oficial da União), na tarde desta quarta-feira (29).

Mais cedo, uma decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), já havia suspendido o decreto de nomeação de Ramagem para o cargo.

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Para revogar a nomeação, Bolsonaro editou um novo decreto no qual tornou sem efeito o decreto original da indicação. O mesmo decreto presidencial também anulou a exoneração de Ramagem do cargo de diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), indicando uma volta dele à agência.

Reprodução do decreto presidencial que tornou sem efeito a nomeação de Ramagem. (Foto: Reprodução/Diário Oficial da União)
Reprodução do decreto presidencial que tornou sem efeito a nomeação de Ramagem. (Foto: Reprodução/Diário Oficial da União)

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A indicação do nome de Ramagem foi feita pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem Ramagem é amigo pessoal. A posse dele estava marcada para a tarde desta terça-feira (29).

Questionamentos feitos ao nome do indicado sugiram a partir das falas do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que Bolsonaro estaria tentando interferir politicamente na Polícia Federal.

DECISÃO DE MORAES

Na decisão provisória, Moraes afirmou que a escolha está “em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”.

O ministro também reconheceu que o presidente tem competência para livre nomeação de seus ministros, secretários e funcionários de confiança. “Entretanto, o chefe do Poder Executivo deve respeito às hipóteses legais e moralmente admissíveis, pois, por óbvio, em um sistema republicano não existe poder absoluto ou ilimitado, porque seria a negativa do próprio Estado de Direito, que vincula a todos", afirma o ministro.