Inchaço de Joelma: Infectologistas apontam que ciência não vincula edema à Covid-19
Resumo da notícia:
Inchaço pós-Covid foi relatado por equipe de Joelma após visual da cantora chamar atenção nas redes
Em conversa com o Yahoo, infectologistas analisam possível sequela da doença
De acordo com os médicos, ainda não há comprovação científica da relação do edema com o vírus
Um show realizado em Parauapebas, no Pará, no último domingo (29), colocou o nome de Joelma entre os assuntos mais comentados da semana por um detalhe: o inchaço no rosto da cantora. No entanto, a equipe da artista alegou que a mudança corporal é uma sequela da Covid-19, doença que atingiu a loira por três vezes nos últimos dois anos. Mas esse inchaço é, de fato, consequência do diagnóstico?
Em conversa com o Yahoo, Alexandre Piva, professor emérito de Medicina e consultor de Infectologia da Universidade Cidade de São Paulo, afirma que é preciso ter cautela ao afirmar que o edema na face tem relação com a doença por não haver consenso científico.
"Tudo que conhecemos são relatos de casos que necessitam de comprovação científica", afirma. "Algumas manifestações cutâneas foram relatadas na convalescença (período de recuperação) de Covid, algumas até com infiltrado perivascular (depósitos ao redor do sangue) nos vasos da pele, podendo predispor a inflamação e edema. Mas tudo isso não passa da suposição", completa ao garantir que se deve aguardar trabalhos científicos bem conduzidos que comprovem causa e efeito.
Para Guilherme Henn, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, seria determinante saber detalhes dos episódios de Covid vividos por Joelma para julgar suas sequelas. "Embora a Covid-19 possa determinar sintomas crônicos (que chamamos genericamente de "long Covid"), edema em face não costuma fazer parte do quadro ou, pelo menos, não é comum", declara.
No entanto, Henn levanta a possibilidade do inchaço ser um efeito adverso dos corticoides. "São medicamentos utilizados no tratamento de casos complicados de Covid e, às vezes, precisam ser administrados por períodos mais longos, o que poderia ocasionar edema (entre vários outros efeitos adversos)", explica.
Outra suposição é sobre o uso de ácido hialurônico, muito comum em procedimentos estéticos e já utilizado por Joelma em harmonização facial, ter relação com sequelas da doença. "Não existe nada, do meu conhecimento, que relacione a injeção prévia de ácido hialurônico com risco aumentado de complicações da Covid ou maior incidência de sequelas da doença", afirma Henn ao ser questionado sobre a opção.
Vale lembrar que Joelma chegou a explicar à "Quem", em outubro de 2021, sobre o que passou com a doença. “Tive todos os sintomas e mais alguns. Foi muito pesado o que eu passei. O meu corpo inchou, eu fiquei maior que uma grávida de nove meses. Fiquei totalmente deformada. Caiu muito meu cabelo, foi uma coisa absurda", contou.
"Até agora meu corpo não voltou ao normal, tive que mudar de tamanho de sutiã”, comentou em outubro do ano passado. Ela ainda relatou no "Altas Horas", da Globo, que a doença afetou sua memória e visão.
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