Jornalistas da Globo sofrem tentativa de atropelamento na calçada em SP
Repórteres gravavam programam Em Pauta, da Globo News
Motorista gritou ameaças antes de jogar carro
Abraji e Sindicato dos jornalistas se posicionaram
Duas jornalistas foram vítimas de uma tentativa de atropelamento em São Paulo, enquanto gravavam uma passagem para o programa Em Pauta, da emissora Globo News, nesta terça-feira (10).
As repórteres Paula Araújo e Patrícia Santos estavam na avenida Cupecê, na Zona Sul da capital paulista, quando um motorista gritou ameaças e xingamentos contra elas e a emissora.
Em seguida, ele jogou o carro em que estava contra elas, que estavam paradas em uma calçada. Elas conseguiram desviar do veículo e a Polícia Militar foi chamada.
A Comunicação da Globo soltou uma nota afirmando que repudia com veemência a violência, se solidariza com a repórter Paula Araújo e com a repórter cinematográfica Patrícia Santos e que "todos os que agridem o trabalho da imprensa estimulam esse tipo de ato".
O ataque também foi repudiado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que publicou uma postagem no Twitter. Na mensagem, a Abraji afirma que a proximidade das eleições acirra os ânimos e que é possível que se note um aumento nos riscos ao cumprimento da profissão de jornalista.
A Federação Nacional dos Jornalista (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) também se manifestaram. Em nota, afirmam que este foi o terceiro caso de tentativa de agressão contra jornalistas da emissora em sete meses.
"Sabemos que os ataques são incentivados diariamente por Bolsonaro e seus seguidores, que já provaram não ter qualquer compaixão ou respeito à vida. Ao contrário, agressões cada vez mais graves são estimuladas, em ações que de forma proposital confundem críticas às empresas midiáticas com agressões físicas e verbais a trabalhadores", escrevem.
Segundo dados da Fenaj, em 2020 foram registradas 428 agressões contra jornalistas. Já em 2021, foram 430 casos foram registrados.
"O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) conclamam todos aqueles que defendem a vida, que não desprezam o outro, que se mobilizem para frear essa escalada. E que as empresas tratem essa questão como prioridade número 1, antes que o pior aconteça".