Juliette: entenda o aneurisma cerebral, diagnosticado na ex-BBB e em outros famosos

A cantora Juliette lançou nesta semana a mĂșsica “Solar”, que compĂŽs em homenagem Ă  irmĂŁ mais nova Julienne, que morreu aos 17 anos em decorrĂȘncia de um AVC (acidente vascular cerebral) provocado por um aneurisma cerebral — mesma condição diagnosticada na vencedora do "BBB21" em agosto do ano passado, ao realizar exames de rotina.

“Quando eu saĂ­ (do exame), a mĂ©dica jĂĄ tinha reunido uma equipe de neurologistas e disse: ‘VocĂȘ tem um aneurisma exatamente no mesmo lugar que a sua irmĂŁ teve’”, contou a ex-BBB em entrevista ao programa "Conversa com Bial", em março.

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O mesmo diagnóstico jå afetou outras estrelas, como as atrizes Sharon Stone, que revelou ter levado 7 anos para se recuperar de um aneurisma cerebral que sofreu em 2001, aos 43 anos, e Emilia Clarke, que identificou dois aneurismas ao final das gravaçÔes da primeira temporada da série "Game of thrones".

— As artĂ©rias de dentro do crĂąnio costumam fazer muitas curvaturas, e podem ter algumas irregularidades em suas paredes que nĂŁo sĂŁo aneurismas, mas que os exames interpretam como se fosse — explica o neurocirurgiĂŁo vascular Bruno Parente, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN).

Saiba o que Ă© o aneurisma cerebral, seus principais sintomas, causas e formas de tratamento:

O que Ă© o aneurisma cerebral

Estima-se que 2% da população mundial tenha algum tipo de aneurisma, que é uma dilatação anormal de uma artéria do corpo que forma uma espécie de balão de sangue, que pode crescer de tamanho e se tornar cada vez mais frågil até se romper. Quando essa anomalia acontece no cérebro, o rompimento pode provocar um AVC e, em casos mais graves, uma hemorragia cerebral.

A maioria dos casos sĂŁo assintomĂĄticos, com a dilatação podendo ficar por anos no cĂ©rebro da pessoa sem que ela saiba. Geralmente, os sintomas aparecem apenas no momento em que o aneurisma se rompe. Nesse caso, os principais sinais sĂŁo dores de cabeça muito fortes associadas Ă  rigidez de nuca, nĂĄusea, vĂŽmitos e oscilação do nĂ­vel de consciĂȘncia.

Parente destaca que os diagnĂłsticos tĂȘm sido identificados de maneira cada vez mais precoce, e o risco de rompimento Ă© o que determina a gravidade do aneurisma. Aqueles que tĂȘm o tamanho maior, superiores a 8 milĂ­metros, o formato irregular e que sejam localizados em artĂ©rias mais finas tĂȘm um risco maior de ruptura. JĂĄ os que sĂŁo regulares, menores que 5 milĂ­metros e em artĂ©rias mais espessas apresentam risco menor.

— Quanto maior o risco, maior a chance do neurocirurgião indicar um tratamento. Em casos leves, pode ser indicado apenas o acompanhamento — diz o neurocirurgião.

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Formas de tratamento

No caso de ruptura, o paciente deve ser levado o mais rapidamente possĂ­vel para o hospital para que seja realizado o fechamento do aneurisma. O tratamento mais utilizado chama-se embolização, em que um catĂ©ter (uma espĂ©cie de tubo) Ă© introduzido pela virilha do paciente e chega atĂ© o aneurisma, onde consegue fechĂĄ-lo. No outro mĂ©todo, cirĂșrgico, o aneurisma Ă© exposto para que seja colocado um clipe em seu inĂ­cio, que impede o recebimento de sangue.

— Quando o tratamento Ă© feito no aneurisma descoberto de forma precoce, antes da ruptura, as chances de sucesso superam 95%, e o risco associado Ă  cirurgia varia de 0,5% a 1,5%, um risco baixo. Quando o aneurisma Ă© diagnosticado apĂłs o rompimento, a taxa de sucesso Ă© reduzida a menos de 50%, e os riscos sĂŁo bem mais altos — diz Parente.

O ideal, explica o especialista, é estar atento aos fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do problema e, se for o caso, que a pessoa mantenha um acompanhamento médico.

Causas do aneurisma

De acordo com Parente, pode haver uma tendĂȘncia genĂ©tica em determinadas pessoas para que as artĂ©rias sejam mais resistentes ou mais frĂĄgeis, mas na maioria das vezes o que determina o desgaste dos vasos que venha a formar o aneurisma sĂŁo os hĂĄbitos de vida e outros problemas de saĂșde.

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Os de maior relevùncia são a hipertensão arterial, o aumento do colesterol do sangue (porque ele agride as paredes do vaso), a diabetes e o håbito do tabagismo. Algumas doenças também podem contribuir para a fragilidade dos vasos, como as renais ou reumatológicas.

Além disso, a idade é o fator principal junto aos håbitos, sendo mais comum o diagnóstico entre os 40 e os 55 anos, reforça o neurocirurgião.

Por isso, Parente destaca que pessoas que tenham mais de 40 anos e um dos fatores de risco, e experimentem uma forte dor de cabeça atípica, ou qualquer sinal de disfunção neurológica, devem procurar imediatamente um neurologista.

Ele reforça, no entanto, que o tratamento tem bons resultados quando o diagnóstico é precoce e, mesmo em casos de rompimento, estå cada vez mais eficiente.

— Nos Ășltimos 15 anos, talvez tenha sido uma das ĂĄreas da medicina que mais avançou. Essas taxas elevadas de sucesso dos tratamentos sĂŁo graças a esses avanços, que devem continuar nos prĂłximos anos — afirma o especialista.

Como prevenir

Como forma de prevenção, a principal recomendação dos especialistas é que aqueles que sofrem de hipertensão tenham a pressão arterial controlada; que seja evitado o håbito de fumar; que sejam praticados exercícios físicos de forma rotineira e que os níveis de glicose e colesterol do sangue sejam monitorados.

AlĂ©m disso, pessoas com dois ou mais parentes de primeiro grau que tĂȘm ou jĂĄ tiveram um aneurisma devem começar a consultar um neurologista a partir dos 16 anos de idade para monitorar o possĂ­vel surgimento do problema.