Justiça mantém preso homem por morte de mulher e filhos no Recreio
O juiz Rafael de Almeida Rezende manteve, durante audiência de custódia, a prisão temporária de Alexander da Silva pelo triplo homicídio da mulher e dos filhos, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Na decisão, o magistrado cita que o motorista de aplicativo relatou ter sido espancado por vizinhos, na última sexta-feira, após o crime. Ele está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte da cidade, porta de entrada do sistema prisional do estado.
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De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Andréa Cabral Pinheiro, de 27 anos, e Maria Eduarda Fernandes Affonso da Silva, de 11 anos, foram mortos a tiros, enquanto Matheus Alexander Cabral Pinheiro da Silva, de 11 meses, foi asfixiado. Em depoimento na especializada, ele negou o crime.
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Aos policiais, Alexander contou ter vagado durante quase 24 horas entre o momento em que saiu de casa, num condomínio no Recreio, por volta das 8h de quinta-feira, e a hora em que retornou ao prédio e foi preso, às 7h de sexta-feira. Entre os locais por onde passou, Alexander disse ter deixado a família viva quando saiu do apartamento e afirmou que "precisava se distrair”, tendo passado por blocos no Centro do Rio.
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Primeiro, ele alegou ter ido a pé até um shopping do Recreio e entrado num carro de aplicativo rumo a Niterói. Pouco depois, porém, desceu na altura de outro shopping, na Barra da Tijuca, porque "o motorista não aceitava Pix". Alexander disse ter ido até a Gardênia Azul e pego um ônibus — de uma linha que ele não se lembra — até perto da Ponte Rio-Niterói. Ali, pegou outro coletivo, da linha 100, até a rodoviária de Niterói.
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Apesar do esforço para atravessar a Baía de Guanabara, Alexander afirmou ter voltado para o Rio num ônibus da mesma linha para o Centro do Rio, sem ter feito nada na cidade. No Centro, ficou nos blocos e retornou ao terminal Alvorada, na Barra, segundo contou em depoimento.
Já na Zona Oeste, o suspeito disse ter vagado pelas comunidades da Merck e Cesar Maia e pela Cidade de Deus. Por volta das 2h de sexta-feira — pelo que contou aos agentes da DHC, ele já estava fora de casa perambulando há cerca de 18 horas — parou para se deitar num banco em um posto de gasolina perto de um lava a jato na Avenida Benvindo de Novaes, no Recreio.
Antes de chegar ao posto de gasolina, porém, Alexander disse ter passado no condomínio onde mora, por volta das 23h de quinta-feira. Em lugar de entrar no apartamento após 15 horas fora de casa, ele afirmou no depoimento que "apenas foi passear pela parte comum"; alegou não ter entrado em contato com a família porque Andréa iria para a casa da mãe, em Pilares, na Zona Norte do Rio.
O delegado Wilson Palermo, da DHC, disse que a perícia feita no local do crime constatou que Alexander dopou Andréa e as duas crianças antes de matá-las. O delegado disse ainda que o preso não demonstrou nenhum arrependimento.