Justiça condena Alexandre Frota a indenizar deputado bolsonarista por tweet ofensivo
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) foi condenado pela Justiça de São Paulo a indenizar o deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) em R$ 15 mil por publicações no Twitter consideradas ofensivas ao parlamentar de extrema-direita, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em maio de 2020, Douglas Garcia disse que representaria contra Frota e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) na Procuradoria-Geral da República para que fossem investigados “por envolvimento com grupos radicais e violentos que pregam o extermínio de opositores políticos, autodenominados Antifas”.
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“Representarei a deputada Sâmia Bomfim e o deputado Alexandre Frota na PGR para que se investigue o envolvimento de ambos com grupos radicais e violentos que pregam o extermínio de opositores políticos, autodenominados Antifas, e que neste momento estão na avenida Paulista fazendo arruaça. É inadmissível que parlamentares incentivem a existência de grupos que defendem a violência a opositores políticos!”, escreveu Douglas no Twitter.
É inadmissível que parlamentares incentivem a existência de grupos que defendem a violência a opositores políticos!
— Douglas Garcia (@DouglasGarcia) May 31, 2020
Frota respondeu ao parlamentar bolsonarista com o seguinte tweet: “Não precisa me investigar, seu c... frouxo, eu sou Flamengo. Você chegou por minha causa e às minhas custas, almoçou porque te dei comida, aliás, para você e sua família, seu b.... Até sua ‘namorada fake’ você me apresentou, depois veio com papo que se achou na r... grossa”.
Não precisa me investigar seu cu frouxo eu sou Flamengo .Vc chegou por minha causa e as minhas custas , almoçou porque te dei comida aliás p vc e sua família seu bosta. Até sua "namorada fake vc me apresentou"depois veio com papo que se achou na rola grossa .@DouglasGarcia https://t.co/ajyTDddaqm
— Alexandre Shazzam (@alefrota77) May 31, 2020
Em decisão proferida na última sexta-feira (5), a juíza Ligia Bueno, do TJ-SP, afirma que "ao disponibilizar informação, opinião e comentários nas redes sociais, os usuários se tornam responsáveis principais e imediatos pelas consequências da livre manifestação de seu pensamento que, por não ser ilimitada, sujeita o responsável à possibilidade de ser condenado pelos abusos que venha a praticar em relação ao direito de terceiros".
Procurada pelo site Congresso em Foco, a assessoria de Alexandre Frota disse que o deputado “não retira nada do que falou” e que vai recorrer da decisão.