Legisladores dos EUA votam para desclassificar informações sobre origens da covid
A Câmara de Representantes dos Estados Unidos votou, nesta sexta-feira (10), por unanimidade para desclassificar informações sobre possíveis ligações entre a pandemia de covid-19 e um laboratório chinês suspeito de permitir o vazamento do vírus mortal.
O Senado já havia votado na semana passada para exigir que a diretora de Inteligência Nacional, Avril Haines, retirasse o caráter sigiloso do material, o que significa que o projeto de lei agora vai para a Casa Branca para ser sancionado pelo presidente Joe Biden.
A pandemia de covid-19 eclodiu em 2019 na cidade de Wuhan, no leste da China, e causou, até agora, quase sete milhões de mortes em todo o mundo, mais de um milhão delas nos Estados Unidos, segundo dados oficiais.
Mas as autoridades de saúde e a comunidade de inteligência dos EUA permanecem divididas sobre se o vírus foi transmitido aos humanos por meio de um animal infectado ou escapou do Instituto de Virologia de Wuhan.
O Departamento de Energia concluiu com "baixa confiança" que provavelmente houve um vazamento devido a um acidente de laboratório, consistente com a avaliação do FBI, mas contradizendo as conclusões de várias outras agências.
Robert Redfield, ex-diretor dos Centros de Controle e Proteção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), defendeu a teoria de vazamento de um laboratório aos senadores na quarta-feira, enquanto o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e os Institutos Nacionais de Saúde identificaram um animal infectado como o provável culpado.
"Basicamente, há um amplo consenso na comunidade de inteligência de que o surto não é resultado de uma arma biológica ou engenharia genética. O que não é consenso é se é ou não um vazamento de laboratório", acrescentou Haines.
Quando a versão do projeto de lei no Senado foi apresentada em fevereiro, seu coautor, Josh Hawley, disse que qualquer um que perguntasse se a covid-19 teve origem em um laboratório foi "silenciado e marcado como um teórico da conspiração".
"Agora esses céticos prudentes estão justificados. O povo americano merece saber a verdade", concluiu.
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