Licitação para escolher novo operador das barcas deve sair até o fim do ano, segundo subsecretário da Secretaria de Transportes

A licitação para escolher o novo operador do sistema de barcas deverá sair até o fim do ano. A informação foi passada pela assessora de transportes aquaviários da Secretaria de Estado de Transportes, Caroline Gonzaga, aos integrantes da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), durante audiência pública realizada na tarde nesta terça-feira na casa legislativa, e confirmada pelo subsecretário de logística da pasta, João Carlos Grilo, que representou o secretário Washington Reis.

— Ainda não tenho uma data (para a realização da licitação). Mas a ideia é trabalhar para que a licitação o corra ainda dentro desse ano — disse o subsecretário.

Os estudos destinados à elaboração da modelagem da concessão, a cargo da UFRJ, deverá ser concluído até maio, conforme informou representante da universidade que também participou do encontro. O pesquisador Anderson Reis disse que no momento estão sendo realizados estudos de demanda de linhas e que, além das já existentes em operação — Niterói, Paquetá, Cocotá e Charitas — ainda são consideradas outras ligações como São Gonçalo, Galeão, Magé e Sepetiba, além da criação da linha social Charitas-Praça Quinze.

— Eles (a UFRJ) estão trabalhando com a possibilidade de criar novas linhas, mas a nossa prioridade são com as atuais — acrescentou o subsecretário.

A audiência pública tinha sido convocada antes da justiça autorizar o acordo entre o estado e a CCR Barcas que impediu a suspensão dos serviços no fim da semana passada. Com isso, as discussões acabaram girando em torno críticas ao acerto, entre elas ao pagamento da indenização de R$ 752 milhões à empresa, sendo a primeira parcela de R$ 309 milhões, além do retorno prometido e ainda não cumprido de horários praticados antes da pandemia na ligação Rio-Paquetá.

O presidente da concessionária, João Danel Marques, foi convidado, mas não compareceu nem mandou representantes à audiência pública.

— Foi uma coisa feia, um esculacho. Nós vamos notificá-la (CCR Barcas) e vamos agora, profundamente, verificar essa história deles não comparecerem (à audiência). Nem mandaram representante — criticou o presidente da Comissão de Transportes da Alerj, deputado Dionísio Lins (PP).

O defensor público, Eduardo Chow, considerou a ausência de representantes da concessionária um desrespeito:

— A gente precisa fazer com que as barcas respeitem a população, forneça os horários devidos e os trajetos adequados. Mas infelizmente não vieram aqui. É um desrespeito não só à população, mas a essa casa legislativa — disse.

Após o acordo que prorrogou o contrato, que é questionado pelo Ministério Público, a operação das barcas, ameaçada de suspensão na última sexta-feira, foi mantida por pelo menos mais 12 meses, enquanto o estado define a escolha de um novo operador. Ficou acertado ainda que nos dias úteis as barcas entre o Rio e Paquetá voltariam a fazer 22 viagens, contando os dois sentidos.

Desde janeiro de 2020, por decisão judicial, o número de viagens caiu para 15. Mas o acordo extinguiu as ações anteriores. Já nos fins de semana continuarão sendo 12 viagens, sendo seis em cada direção. Em relação às barcas para Cocota, na Ilha do Governador, nada vai mudar. O serviço continuará sem operar nos fins de semana e feriados. Nos dias úteis são seis horários, sendo três em cada sentido.