Light corre risco de pedir recuperação judicial em breve; empresa nega

Light: empresa corre risco de entrar em recuperação judicial (REUTERS/Amanda Perobelli)
Light: empresa corre risco de entrar em recuperação judicial (REUTERS/Amanda Perobelli)
  • Dívidas com credores estão para vencer e Light não apresentou um plano de pagamento;

  • Agências de risco citaram nominalmente o caso da Americanas como motivo de desconfiança;

  • Empresa teve Carlos Alberti Sicupira em seu quadro acionário no passado.

A Light está prestes a pedir recuperação judicial, processo em que o Judiciário realiza a mediação do pagamento dos credores da empresa. As informações foram publicadas pelo jornalista Lauro Jardim em sua coluna do O Globo. Em nota, a empresa afirmou que o risco de recuperação judicial é nulo e que contratou a consultoria financeira Laplace para "assessorá-la na avaliação de estratégias financeiras que viabilizem a melhoria de sua estrutura de capital e de alternativas para tanto".

"Portanto, não procede a informação de que a Companhia estaria na iminência de pedir recuperação judicial”, disse a companhia energética.

A empresa é responsável pela geração, distribuição e comercialização da energia elétrica de quase toda região metropolitana do Rio de Janeiro. A empresa teria reportado uma dívida líquida de R$ 8,7 bilhões em sua conferência de resultados do terceiro trimestre de 2022. No balanço atual da Light, esse valor representa três vezes o Ebitda da empresa. De acordo com Jardim, a empresa estaria precisando de um financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.

Dentre os principais acionistas da empresa estão Ronaldo Cezar Coelho (20%), através do fundo Samambaia Master FIA, o fundo Santander PB Fundo de Investimentos em Ações (10%), e a BlackRock (9,2%). Calos Alberto Sicupira já esteve presente como um dos maiores acionistas da empresa, chegando a ter uma participação de 9,9% do capital da distribuidora.

Na última semana, tanto a Fitch Ratings quanto a Moody's, maiores agência de risco do mundo, rebaixaram a nota da Light. As empresas avaliadoras viram um maior risco de calote da companhia no pagamento de suas debêntures. Os analistas citaram, nominalmente, o caso da Americanas como motivo pelo seu ceticismo com a saúde financeira da Light. Carlos Alberto Sicupira faz parte do trio de investidores que controlou a varejista por 40 anos.

A nova classificação de risco da Light na Fitch é CCC+, enquanto que na Moody's sua nota passou a ser B3. Ambas citam a falta de transparência na estratégia de financiamento que a empresa irá adotar para realizar o pagamento a seus credores próximos do vencimento. Com a notícia, as ações da Light caíram -1,90%, sendo cotadas a R$ 3,10. Em 12 meses, a empresa já conta com uma queda em seu valor de mercado de -69,93%.