Os 22 cemitérios municipais de São Paulo e o crematório público da cidade começaram a ser geridos, a partir desta terça-feira, por quatro consórcios: Velar SP, Consolare, Grupo Cortel e Maya. A gestão privada dos serviços funerários da cidade será deles pelos próximos 25 anos. Entre as mudanças que buscam renovar e modernizar os serviços estão a disponibilização de limusines para o cortejo fúnebre, o oferecimento de música ao vivo para os velórios e a implementação de wi-fi nos cemitérios.

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Ao GLOBO, o CEO da Velar SP, Juraci Pimentel, explicou sobre a atualização dos serviços funerários sob a sua gestão. As opções e os preços são diversos e variam de acordo com o "perfil de cada cliente".

— Qualquer que seja o padrão de renda, as famílias querem, nesse momento, homenagear seus mortos. Para atender os clientes, são oferecidas diversas opções previstas no contrato de concessão, tais como alternativas de cerimoniais de velório, urnas funerárias e cinerárias, ornamentação de salas, tipos de paramentos, entre outras — afirma Pimentel.

— Isso inclui a escolha do carro para o cortejo fúnebre, incluindo o caso de carros de luxo e limusines. São três veículos desse tipo na frota (que foi toda renovada), de um total de 40. Cerimônias com músicas também são frequentes, até mesmo com interpretações ao vivo. Em casos como esses, algumas vezes há contratação de cerimonialista, a critério da família — explica o CEO da Velar SP.

Ele nega que há previsão de hologramas para o momento.

Cada uma das concessionárias será responsável pela gestão de um subconjunto de cemitérios e suas respectivas agências — que passam, também a partir desta terça-feira, de dez para 23.

Bloco 1 (Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa I e II e Vila Mariana) — Concessionária Consolare;

Bloco 2 (Araçá, Dom Bosco, Santo Amaro, São Paulo e Vila Nova Cachoeirinha) — Consórcio Cortel São Paulo;

Bloco 3 (Campo Grande, Lageado, Lapa, Parelheiros e Saudade) — Grupo Maya;

Bloco 4 (Freguesia do Ó, Itaquera, Penha, São Luiz, São Pedro e Vila Alpina (crematório) — Concessionária Velar SP.

Funeral social mais barato

Os quatro consórcios vencedores da licitação assumem a responsabilidade de gestão, manutenção, exploração, revitalização e expansão dos 22 cemitérios e crematório público. As gratuidades municipais serão mantidas e o regime de tarifas para os chamados “serviços cemiteriais e serviços funerários” será reduzido. Se comparado ao preço praticado desde 2007, a redução será de 25% para o funeral social, ou seja, de R$ 755 passará a ser R$ 566,04.

O funeral social contempla os seguintes serviços: caixão, translado, cerimonial para velório, aluguel da sala de velório, sepultamento e exumação. Caso a concessionária não disponha destes produtos e serviços, deverá oferecer aqueles de categoria imediatamente superior: funeral popular, padrão e luxo.

Papel da Prefeitura

— Nesse momento, o município está focado em receber todo tipo de reclamação para corrigir e intensificar a fiscalização para combater qualquer tipo de irregularidade. Havendo qualquer situação que possa gerar transtorno à população, vamos comunicar às autoridades policiais, para que tomem as medidas cabíveis — garante o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Nesta terça-feira começaram a ser feitas obras emergenciais, principalmente as voltadas para a recuperação de telhados, redes de energia, iluminação e ventilação e redes sanitárias, entre outras.

O serviço seguirá assistido pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) até janeiro de 2024, quando as empresas assumem por completo o serviço sob a fiscalização da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de São Paulo (SP Regula). Os contratos de concessão dos serviços funerários e cemiteriais terão vigência por 25 anos, e, em todo o período da concessão, haverá a fiscalização por parte da SP Regula.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, as concessões gerarão cerca de R$ 2,16 bilhões em benefícios econômicos para a cidade, entre o pagamento das outorgas, investimentos e impostos municipais.