• Lula marcou encontro com Simone Tebet nesta sexta-feira (23) para definir futuro da senadora

• Cabo eleitoral do presidente eleito, ela segue sem um ministério após quase 2 meses da eleição

• O petista teria oferecido duas opções a Tebet, mas ainda não há uma definição

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá com Simone Tebet (MDB) nesta sexta-feira (23). A expectativa é de que o martelo seja batido sobre qual ministério será comandado pela senadora no novo governo.

De acordo com informações do portal Metrópoles, Tebet foi chamada ao hotel em que o petista está hospedado, em Brasília, para debater sobre seu futuro.

A emedebista ficou de fora da primeira lista de cinco ministros anunciados por Lula no início do mês. Na última quinta (22), também foi excluída da relação de 16 chefes de pasta reveladas pelo novo presidente.

Tebet foi a terceira colocada na eleição presidencial de outubro, mas, no segundo turno, tornou-se importante cabo eleitoral de Lula na disputa com Jair Bolsonaro (PL), sendo presença frequente nos atos e até nas peças publicitárias da campanha.

Depois da eleição do petista, porém, a relação esfriou. Aliados de ambos os lados garantiram que não há nenhum "climão" entre eles, mas a demora na definição de um ministério para a senadora causou surpresa.

Tebet já avisou à equipe de Lula que não aceitará um "ministério decorativo" e sinalizou a preferência pelo Desenvolvimento Social, mas o PT considera a pasta estratégica, por administrar o Bolsa Família, e queria entregá-la a um filiado.

Na última quinta, o novo presidente confirmou as expectativas e anunciou o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT) como chefe do Ministério.

Opções oferecidas a Tebet

Com 16 pastas ainda a serem preenchidas, Lula teria sinalizado duas possibilidades a Tebet. A primeira seria o Ministério do Planejamento, que, apesar de ter sido bem recebida pelas lideranças do MDB, não agradou a parlamentar.

Outra possibilidade é o Ministério do Meio Ambiente, mas a senadora não vê com bons olhos a possibilidade de "atropelar" Marina Silva (Rede-SP).

A deputada eleita é considerada favorita para a pasta, por ter um histórico de atuação na área, após também ser cabo eleitoral de Lula no segundo turno da última eleição.

Tebet tem boa relação com Marina e quer evitar qualquer entrevero. Por isso, aliados de Lula estariam pressionando para que ambas aceitem uma parceria na pasta, segundo informações da coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.

A sugestão é de que Marina assuma a autoridade climática, a ser criada com status de ministério e como secretaria vinculada à presidência, e Tebet chefie o Ministério do Meio Ambiente.

As duas ainda resistem à ideia, mas lideranças do PT têm pressionado nas últimas semanas. Isso porque Lula estaria insatisfeito com a possibilidade de escalar Marina no ministério.

A deputada enfrenta resistência dentro do próprio PT e no empresariado da área, enquanto Tebet tem capacidade de diálogo maior com empresários e com o setor ambiental.

Após a recusa inicial, a senadora já estaria disposta a reavaliar sua posição, mas sinalizou que só aceitará conversar sobre a possibilidade de Marina estiver satisfeita com o posto indicado.