“Lutas feministas na Europa têm muito a aprender com as brasileiras”, diz socióloga francesa
Para as feministas, o Dia Internacional da Mulher é uma data de luta e não de celebração. Heloïse Prévost, socióloga da Universidade de Toulouse, no sudoeste da França, analisa que os desafios deste 8 de março de 2023 são múltiplos devido “ao aumento da opressão racista e sexista”, no Brasil e em outros países do mundo. Segundo ela, “as lutas feministas na França e na Europa têm muito a aprender com a organização e as lutas das mulheres brasileiras”.
Heloïse Prévost é especialista em estudos de gênero, feminismo e agroecologia. Ela realizou várias de suas pesquisas no Nordeste brasileiro e codirigiu um filme participativo com trabalhadoras rurais, o documentário “Mulheres Rurais em Movimento”.
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RFI: 8 de março é um símbolo da luta pelos direitos das mulheres. Neste ano de 2023, quais são os desafios mais urgentes?
A opressão racista é ligada à opressão sexista. Esta situação política e social não é exclusiva do Brasil. Ela pode ser encontrada na Europa, nos Estados Unidos, e em outros países latino-americanos. A Nalu Faria, militante da Sempreviva Organização Feminista (SOF), disse em uma coluna no Brasil de Fato que o 8 de março é dia de radicalizar a esperança no Brasil. Acho muito interessante como proposta. Além da reconstrução de um espaço de democracia, os desafios são de superar esse reforço das violências.
O tema deste Dia Internacional da Mulher escolhido pela ONU é “Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero”. É um tema pertinente?
A militância é fundamental para o empoderamento dessas mulheres?
Outro conceito importante é o de corpo-território?
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