Yahoo Notícias Mãe de auditor assassinado por parentes morre após saber de morte do filho; Entenda
Parentes queriam roubar mãe e filho para pagar dívida com agiota
Mãe do auditor fiscal Carlos Alberto Barbosa, de 64 anos, assassinado por familiares em Goiânia, Sebastiana Aparecida Barbosa, de 85, morreu ao saber da morte do filho.
De acordo com informações da Polícia Civil de Goiás, a idosa não resistiu a um mal súbito por ter passado por "grande sofrimento" com a notícia do falecimento.
Confissão dos criminosos
Três pessoas da mesma família confessaram que são os responsáveis pelas mortes de Carlos Alberto e Sebastiana. Uma sobrinha da idosa, o marido dela e o filho do casal queriam roubar a dupla para pagar uma dívida com um agiota em Minas Gerais, onde viviam.
Os suspeitos são:
Luciene Soares Theodoro de Andrade, de 52 anos: sobrinha de Sebastiana e responsável por arquitetar o crime;
Eduardo José Andrade, 25 anos: filho de Luciene e responsável por mover os corpos das vítimas
José Eterno de Andrade, de 59 anos: marido de Luciene, ajudou esposa e filho no crime
Visita aos parentes
Luciene, Eduardo e José deixaram Minas Gerais com destino a Goiânia com o suposto intuito de fazer visita aos familiares. A verdadeira intenção, no entanto, era roubar Sebastiana e Carlos Alberto.
O trio foi recebido pelos parentes no dia 15 de janeiro e se apossou do apartamento, administrando sedativos nas refeições de Sebastiana e Carlos Alberto, para que eles passassem as senhas de suas contas bancárias.
O plano não deu certo, e os familiares decidiram roubar o carro e joias das vítimas.
Morte de Carlos Alberto
Submetido a doses cavalares de sedativos, Carlos Alberto teria desmaiado, sendo amarrado por José Eterno na própria residência.
Quatro dias depois da chegada do trio, o anfitrião foi morto e retirado em uma cadeira de rodas por Eduardo José. Não se sabe o que ocasionou o óbito.
Morte de Sebastiana
Dias mais tarde, Sebastiana foi informada pelos criminosos sobre a morte do filho. Segundo os depoimentos, a idosa passou mal por alguns dias, até também morrer na última quarta-feira (25).
"Os suspeitos deram a notícia da morte do filho à mulher, mentindo que teria sido por problemas de saúde. A idosa passou por grande sofrimento e, segundo narrativa dos investigados, estes passaram a administrar remédios ansiolíticos a ela. Com a piora em seu estado de saúde, a mulher morreu", explicou a polícia em nota.
Corpos encontrados
Sebastiana também foi retirada do apartamento em uma cadeira de rodas e teve o corpo localizado no dia seguinte, às margens da BR-153, em Professor Jamil, próximo a Goiânia.
Já o corpo de Carlos Alberto estava carbonizado em um canavial na cidade de Ituiutaba, em Minas Gerais.
Plano frustrado
Os responsáveis pelos crimes tinham intuito de desovar o corpo de Sebastiana também em Minas Gerais, mas se viram obrigados a "se livrar" do cadáver após se envolverem em um acidente de carro na BR-153.
“Eles não tinham intenção de desovar o corpo da idosa na BR. Eles estavam descendo no mesmo sentido onde o corpo de Carlos foi desovado, que seria um local mais ‘seguro’, menos visível. Porém, eles sofreram um acidente, que saiu da pista, e se viram obrigados a tirar o corpo dela do carro porque sabiam da possibilidade de serem abordados pela polícia”, relatou o delegado Rhaniel, ao g1.
Suspeitos são presos
Luciene e o filho Eduardo foram detidos na residência da família em Ituiutaba. Já José Eterno foi encontrado no apartamento de Sebastiana e Carlos Alberto, onde confessou o ocorrido.
Acusados por dois crimes
Luciene, José e Eduardo devem responder pelos crimes de duplo latrocínio e ocultação de cadáver, que, juntos, podem ultrapassar 20 anos de prisão.
A mãe foi encaminhada a um presídio feminino em Uberlândia, o filho está detido em Ituiutaba, enquanto o pai foi colocado em uma cadeia de Goiás.
