Mansões, lanchas, carros de luxo: o patrimônio suspeito do bicheiro Bernardo Bello

A investigação do Ministério Público do Rio que revelou a participação do ex-jogador Emerson Sheik no esquema de lavagem de dinheiro do bicheiro Bernardo Bello também trouxe à tona uma lista de bens de luxo usados pelo contraventor para esconder a origem ilícita de sua riqueza. Na denúncia elaborado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), são mencionados uma lancha, uma moto aquática, duas caminhonetes e cinco imóveis espalhados pelo estado do Rio — entre sítios, mansões e apartamentos em condomínios de luxo — que teriam sido adquiridos ou vendidos por Bello para lavar dinheiro.

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No último dia 1º, o juiz Thales Venâncio Braga, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa, decretou a prisão de Bello, o bloqueio de suas contas e o sequestro de todos os bens identificados na investigação como fruto de lavagem de dinheiro.

Um dos mais valiosos bens de Bello identificados na investigação é uma mansão, no condomínio Park Palace, na Barra da Tijuca. A residência — com piscina, uma academia particular, um campo de futebol society e repletas de obras de arte em seu interior — é avaliada em cerca de R$ 10 milhões. Para se ter uma ideia da suntuosidade do local, só uma dupla de leões de bronze localizada ao lado da porta de entrada foi adquirida por Bello por 7 mil dólares num antiquário em Nova York. O imóvel foi adquirido por Bello numa permuta com Emerson Sheik, em que o ex-jogador ficou com um apartamento. O MP descobriu que Sheik recebeu R$ 473,5 mil do bicheiro em transações que envolveram dinheiro em espécie para concretizar o negócio. Sheik foi denunciado, e responde ao processo em liberdade.

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Na lista de itens luxuosos de Bello também está uma lancha, modelo Schaefer 770, comprada em 16 de maio de 2019, que, segundo o MP, foi usada para dissimular a origem de R$ 1 milhão. Na mesma data da compra da lancha, conforme apontam os promotores, o bicheiro fez um depósito de R$ 1,5 milhão em espécie na conta de uma de suas empresas para pagar a lancha, que custou R$ 6 milhões. Uma moto aquática, modelo Yolo II, também foi adquirida pelo contraventor no dia 5 de dezembro do mesmo ano com dinheiro sujo. Bello fez depósitos de R$ 10 mil em espécie numa conta usada para o pagamento do item.

Segundo o MP, o bicheiro também lavou dinheiro com a compra de um sítio em Paty do Alferes, no interior do Rio. A propriedade, que tem uma área correspondente a cerca de 80 campos de futebol, foi adquirida por Bello em 2015 por R$ 500 mil, pagos em espécie. No entanto, para o MP, o valor declarado por Bello pela compra não corresponde ao valor real, já que o sítio vale cerca de R$ 2,3 milhões. Para os promotores, o bicheiro declarou um valor menor para tentar fazer as autoridades acreditarem que a compra era compatível com sua renda.

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O bicheiro também usou veículos com valores superiores a R$ 200 mil no esquema de lavagem de dinheiro, dentre eles um Dodge RAM 2500, comprado em 2018, e um Jeep Grand Cherokee Limited, adquirido em 2015. Além disso, segundo o MP, o contraventor usou notas fiscais “frias” e depósitos bancários efetuados para a escola de samba Vila Isabel, de onde foi presidente, para movimentar dinheiro. A partir da denúncia do MP, Bello teve expedido um mandado de prisão preventiva pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele, no entanto, está foragido.