Novo ministro da Saúde fala em 'trabalho singular" de Pazuello e alerta: "Não fique esperando que o governo resolva tudo"
Ao lado de Pazuello, novo ministro da Saúde defendeu isolamento social em evento na Fiocruz
Cerimônia marcou a entrega do primeiro lote com 500 mil doses da vacina da AstraZeneca, fabricadas pelo órgão com sede no RJ
Queiroga, que é médico, chegou a defender timidamente medidas já condenadas pelo presidente Bolsonaro
Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde, afirmou nessa quarta-feira (04) que duas medidas podem minimizar, à curto prazo, os efeitos da pandemia do novo coronavírus: distanciamento social e melhora no atendimento hospitalar dos pacientes.
A fala foi durante uma coletiva na Fiocruz em um evento que marcou a entrega do primeiro lote, com 500 mil doses da vacina da AstraZeneca, fabricadas pelo órgão com sede no Rio de Janeiro.
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"Esse impacto dos óbitos vamos reduzir com dois pontos principais: primeiro com políticas de distanciamento social próprias que permitam diminuir circulação do vírus e, segundo, com melhora na capacidade assistencial dos nossos serviços hospitalares. A campanha na vacinação, o resultado nas internações e óbitos, vamos conseguir a médio prazo — afirmou Queiroga no evento.
Novo ministro tenta evitar atritos com Bolsonaro
Diferentemente do ainda atual ministro, general Eduardo Pazuello, Queiroga, que é cardiologista, defendeu, ainda que de forma tímida, medidas de distanciamento social. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já se posicionou diversas vezes contra esse tipo de medida de restrição para conter o avanço da Covid-19.
Numa tentativa de valorizar o trabalho da gestão Bolsonaro, criticada mundialmente por seu negacionismo, Queiroga afirmou que dará continuidade ao que o governo federal e o Ministério da Saúde vem fazendo, chegando até a falar de "trabalho singular".
"Vamos trabalhar juntos. Não adianta o governo recomendar o uso de máscara se as pessoas não aderirem a essa medida simples. O governo recomenda redução de aglomerações fúteis e as pessoas ficarem fazendo festas contribuindo para circulação do vírus. Não fique esperando que o governo resolva tudo. É preciso uma corrente para termos êxito", afirmou o novo ministro que ainda não tomou posse oficialmente.
Ainda numa tentativa de tentar evitar atritos com o presidente, ele voltou a afirmar que seguirá a "política pública do governo federal".
"A política pública é a política pública do governo federal e do Presidente da República eleito pela maioria do povo brasileiro. Ele confere autonomia aos seus ministros, mas cobra resultados. Eles nos deu autonomia e faremos os ajustes que couber no momento adequado. O ministro Pazuello tem feito um trabalho que a sociedade brasileira reconhece e vamos trabalhar mais para que tenhamos os resultados que desejamos", finalizou.