Médico do Ministério da Saúde sugeriu tratamento precoce no Amazonas

Documentos entregues à CPI da Covid mostram que, no início do ano, um médico enviado pelo Ministério da Saúde a Manaus sugeriu a criação de tendas para indicar remédios sem eficácia comprovada para pacientes com Covid. Naquele época, o estado do Amazonas estava no auge da crise de saúde pública, com falta de oxigênio e alto índice de contágio e mortes pelo vírus.
Gustavo Vinicius Pasquarelli Queiroz, um dos médicos da comitiva, sugeriu a criação de "tendas de tratamento precoce", onde profissionais de saúde adotariam a modalidade. As informações são da TV Globo.
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Onze médicos foram ao Amazonas, sob orientação da secretária do ministério da Saúde Mayra Pinheiro, para sugerir, em unidades básicas de saúde, tratamento com medicamentos sem nenhuma eficácia contra a Covid. A partir de relatórios elaborados pelos médicos e enviados a pasta ainda em janeiro, a CPI teve acesso aos documentos após a quebra de sigilo dos e-mails de Mayra.
"Segue o preenchimento do relatório que tinha a data para ser preenchido até o dia de hoje 20/01/2021, com a finalidade de relatar o que foi encontrado nas visitas das UBS`s em Manaus, se adota ou não o tratamento precoce", dizia uma das mensagens.
Ainda no relatório de Pasquarelli, o médico avalia que os infectados pela covid-19 tinham sorte quando eram atendidos por profissionais adeptos do tratamento precoce. Autonomia para prescrição de medicamento sem eficácia contra a covid e aumentar o número de profissionais com este viés foram soluções apontadas no documento.
Em janeiro, seis dias antes do envio do documento, a capital do Amazonas iniciou um lockdown, além de estar em meio a crise de fornecimento de oxigênio. Pacientes com covid-19 morreram aguardando doações de cilindros para respirar.