Mercado da arte vive queda de vendas na China e colapso dos NFTs
O mercado da arte em 2022 registrou uma queda nas vendas na China, o colapso dos NFTs (ligados à arte digital) e um recorde histórico de transações nos Estados Unidos, segundo o relatório anual da casa francesa Artprice publicado nesta terça-feira (14).
O volume total de negócios foi de 16,5 bilhões de dólares (cerca de 86,4 bilhões de reais) em 2022, uma queda de 3,1% em relação a 2021 (17 bilhões de dólares, 89 bilhões de reais no câmbio atual).
Apesar da queda, as vendas online mantiveram o vigor de um mercado preocupado com as oscilações do setor digital, relacionado às criptomoedas.
O ano de 2022 foi o quarto em termos de vendas, após o recorde de 2011 (18,5 bilhões de dólares, 96,9 bilhões de reais no câmbio atual).
"O mercado mundial da arte em 2022 registrou um desequilíbrio conjuntural sem precedentes entre a Ásia, onde se contraiu fortemente, e o Ocidente, onde quebrou recordes", disse à AFP Thierry Ehrmann, presidente desta empresa, que se apresenta como líder mundial em informações de mercado da arte.
Após o crash da criptomoeda, os certificados de autenticidade digital, os NFTs, despencaram drasticamente, apesar do crescente número de transações.
De 232,7 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais no câmbio atual) em 2021, passaram para apenas 13,9 milhões de dólares em 2022 (-94%, 72,8 milhões de reais).
Os Estados Unidos, a China e o Reino Unido concentram 81% dos leilões de arte em todas as suas categorias (pintura, escultura, design, fotografia...).
A arte contemporânea representa 16% do volume de negócios global, em comparação com 20% em 2021 e apenas 3% em 2000.
A China (continental e Hong Kong), que representa o número dois do mundo, sofreu um baque e as vendas caíram 34%, para 3,9 bilhões de dólares (20,4 bilhões de reais), devido à política de saúde "covid zero" que paralisou as operações, explicou Ehrman.
Por outro lado, no Ocidente, os leilões representaram 12,6 bilhões de dólares (66 bilhões de reais), depois de 10,9 bilhões (57,1 bilhões de reais no câmbio atual) em 2021 (+16%).
Os Estados Unidos registraram o melhor ano de sua história, com 158 mil peças vendidas por um valor total de 7,34 bilhões de dólares (38,4 bilhões de reais), 44% do mercado mundial de arte (34% em 2021).
ls/jz/mb/aa