'Meus cabelos de baobá': Sesc Ramos tem peça sobre ancestralidade e potência feminina
Símbolo de fertilidade, fartura e cura para muitos povos africanos, o Baobá é uma árvore capaz de viver por muitos séculos. Seus longos galhos e raízes fortes tornam-se referência da ancestralidade feminina na peça “Meus cabelos de baobá”, escrita e estrelada pela atriz e pesquisadora Fernanda Dias. A obra, que se inspira nas estéticas e no caráter cíclico das mitologias africanas, estará em cartaz na próxima quinta-feira, em apresentação única no Sesc Ramos, às 19h.
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Dirigido por Vilma Melo, o espetáculo percorre as fases da vida da protagonista Dandaluanda, uma mulher negra que encontra conexão com sua ancestralidade quando dialoga com o baobá. A árvore lhe ensina valores africanos que a despertam para uma nova perspectiva de vida e a guiam durante uma jornada de autoconhecimento.
— “Meus cabelos de baobá” é principalmente sobre a possibilidade de renovação. As mulheres negras enfrentam, historicamente, muitas situações difíceis por conta do racismo e do machismo, mas ainda assim nós nos erguemos, nos renovamos. Dandaluanda é símbolo dessa força ancestral que vem de dentro e nos guia até a luz no fim do túnel — explica Fernanda.
A autora considera que a peça, premiada pelo Festu e indicada ao Prêmio Shell de melhor música, é sobre todas as mulheres negras.
— Eu percebi que existiam poucos espetáculos no Brasil que abordassem as mulheres negras positivamente; tudo era sempre voltado para a dor, para as dificuldades do racismo. Eu quis trazer a nossa realeza, o fortalecimento da autoestima — afirma.
A entrada custa R$ 10 (inteira), e a classificação etária é de 10 anos. O Sesc fica na Rua Teixeira Franco 38.
*Estagiária, sob a orientação de Milton Calmon Filho