Ministro dos Direitos Humanos defende indicação de mulher negra para o STF: 'É fundamental'
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, defendeu nesta quarta-feira a indicação de uma mulher negra para compor o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração ocorre em meio à expectativa para a escolha do próximo ministro da Corte, que terá uma vaga com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. Ele se aposentará após completar 75 anos em maio.
— É fundamental que haja uma mulher negra no STF, uma pessoa negra para que a gente comece a discutir a democratização nos espaços de poder — afirmou Almeida.
O ministro dos Direitos Humanos foi ao STF assistir ao julgamento que discute o chamado perfilamento racial, em que as provas colhidas pela polícia em uma abordagem motivada pela cor da pessoa podem ser consideradas inválidas.
Para o ministro, embora os integrantes da Corte tenham inegável competência técnica e jurídica, seria importante que houvesse um ministro negro discutindo a questão racial no Supremo.
— Esse julgamento pode colocar o sistema de Justiça do Brasil em outubro patamar — disse.
O STF teve apenas três ministros negros ao longo de toda sua história. Pedro Augusto Carneiro Lessa, Hermenegildo Rodrigues de Barros e Joaquim Barbosa, cuja indicação ao STF neste ano completa 20 anos.
Hoje, o principal cotado para a vaga de Lewandowski é o advogado Cristiano Zanin, que foi responsável pela defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta quarta-feira, o ministro Edson Fachin também defendeu a presença de uma ministra negra na Corte.
— Peço licença para cumprimentar uma quarta ministra que quem sabe no lugar do futuro colocará neste plenário: uma mulher negra — disse o ministro, que é o relator do caso sobre perfilamento racial.