Moraes determina bloqueio de R$ 405 mil de Daniel Silveira e troca de tornozeleira

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta terça-feira (3) o bloqueio de R$ 405 mil em contas do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).

O valor é referente à soma das multas aplicadas por desrespeito a medidas restritivas impostas pelo magistrado no curso de investigaçÔes em tramitação na corte.

Moraes determinou ainda que Silveira devolva a tornozeleira eletrĂŽnica que estĂĄ em seu poder e que nĂŁo emite sinais desde o dia 17 de abril por falta de carga, e que um outro equipamento seja colocado no deputado. O ministro estipulou 24 horas de prazo para essa providĂȘncia.

A decisĂŁo ocorre logo apĂłs a PGR (Procuradoria-Geral da RepĂșblica) defender a continuidade do monitoramento eletrĂŽnico do parlamentar.

Em manifestação desta terça enviada ao ministro Alexandre de Moraes, a Procuradoria também pede que sejam mantidas outras restriçÔes impostas ao deputado bolsonarista.

SĂŁo elas a proibição de se ausentar do estado em que reside (Rio de Janeiro), salvo se o destino for BrasĂ­lia, para as atividades parlamentares, e a proibição de frequentar e participar de eventos pĂșblicos.

Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo no dia 20 de abril. Desde o dia 17, a tornozeleira não emite sinais por falta de carga, segundo informação das autoridades penitenciårias do Distrito Federal. O carregamento é uma obrigação de quem usa o dispositivo eletrÎnico.

Sob o argumento de que "a monitoração nĂŁo tem se mostrado efetiva tendo a falta de envio de dados", a Secretaria de Administração PenitenciĂĄria do DF pediu a Moraes que avalie a desvinculação do dispositivo de Silveira e, se esse for o caso, que ele seja notificado a devolvĂȘ-lo. De acordo com o ĂłrgĂŁo, hĂĄ despesa com o equipamento mesmo que esteja sem carga.

A PGR pediu ao ministro que a secretaria distrital seja notificada a apresentar mais esclarecimentos a respeito do não funcionamento da tornozeleira e, se for o caso, sua substituição.

AlĂ©m de abordar as medidas restritivas decretadas contra o parlamentar, a vice-procuradora-geral da RepĂșblica, LindĂŽra AraĂșjo, responsĂĄvel pelo posicionamento do MinistĂ©rio PĂșblico Federal nos autos da ação penal, disse que se "reserva" ao direito de tratar sobre os efeitos do indulto concedido por Bolsonaro ao aliado polĂ­tico somente em outros processos.

LindÎra se referiu às açÔes protocoladas no Supremo pelos partidos de oposição ao Palåcio do Planalto contestando a validade daquele ato presidencial.

Em meio a articulaçÔes políticas visando as eleiçÔes de outubro, Silveira esteve em São Paulo na noite desta segunda (2) para participar de debate entre pré-candidatos do PTB ao Senado. .

"Qual tornozeleira [estå sem sinal]? A que eu não deveria ter usado. Só poderia ter sido aplicada após a deliberação da Casa. Claríssimo pelo regimento", disse.

"Estou sem ela. NĂŁo existe mais nada, ainda mais depois de perdoado. Qualquer coisa subsequente. Presidente perdoou, acabou."

Nesta terça, o deputado esteve presencialmente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Cùmara antes do início dos trabalhos do colegiado. Ele circulou por pouco tempo no colegiado antes de seguir para a comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado.

Na CCJ, deputados da oposição criticaram a indicação de Daniel Silveira para a comissão. "Essa comissão é a comissão de Constituição e Justiça. Logo, cabe a essa comissão zelar pela Constituição. E um deputado que atacou o Supremo Tribunal Federal, propondo seu fechamento, ameaçando juízes, ele se colocou para participar desta comissão", criticou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

"E eu creio que esta comissĂŁo nĂŁo pode aceitar esse integrante, tendo em vista que ele acabou de ser condenado pelo prĂłprio Supremo Tribunal Federal."

A deputada Clarissa Garotinho (União-RJ), por sua vez, defendeu a participação de Silveira no colegiado. "O deputado Daniel Silveira estå no pleno exercício dos direitos do mandato. Ele não estå com os direitos políticos suspensos", afirmou.

"Eu não vi o deputado do PT fazer nenhum tipo de questionamento porque o deputado Daniel Silveira estå livre em função da graça concedida pelo presidente Jair Bolsonaro. Quando o ex-presidente Lula concedeu graça a um terrorista italiano, eu não vi o deputado do PT fazer nenhum tipo de questionamento."

Especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, afirmam que os dois casos guardam apenas uma semelhança: o caråter político das duas medidas na relação do Palåcio do Planalto com o STF.

Em manifestação no final da tarde, o presidente da Cùmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que, enquanto Silveira tiver mandato, só quem pode indicå-lo para participar de comissão é o líder do partido.

"As comissÔes partidårias são feitas e obedecidas pela proporcionalidade partidåria. Então dizer que o presidente da Cùmara nomeou, que o presidente da Cùmara pediu para tirar ou de que a justiça colocou, que a justiça pediu para tirar, são debates que não engrandecem nem o poder Legislativo nem a política nacional", disse Lira.

"Essa questĂŁo e essa pergunta tem que ser feita clara e objetivamente ao Partido Trabalhista Brasileiro e ao seu lĂ­der, Paulo Bengtson (PA), nĂŁo a mim e nem Ă  cĂąmara dos deputados."

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