Moro ainda não assumiu como senador, mas já mira eleição de 2026

Ex-juiz vê caminho livre para a disputa ao governo do Paraná

Moro demonstrou interesse na candidatura em 2026 em conversas com aliados e empresários (REUTERS/Rodolfo Buhrer)
Moro demonstrou interesse na candidatura em 2026 em conversas com aliados e empresários

(REUTERS/Rodolfo Buhrer)

O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), eleito como senador pelo Paraná em 2022, já está traçando planos para uma possível candidatura em 2026, conforme apurado pela coluna de Bela Megale, do jornal O Globo.

Embora ainda não tenha assumido o mandato no Senado, marcado para começar em 10 de fevereiro, Moro já sinaliza a aliados e empresários o desejo de se candidatar ao governo do estado pelo qual foi eleito.

A avaliação é de que terá um bom espaço na disputa com a saída de Ratinho Júnior (PSD), atual governador que, por ter sido reeleito no ano passado, não poderá concorrer novamente daqui a quatro anos.

Estratégias. Moro também aproveita as conversas para justificar os motivos que o fizeram apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições. Segundo o ex-juiz, este era o único caminho que tinha.

Moro x Bolsonaro. A relação entre o ex-juiz e o ex-presidente se desgastou depois que Moro deixou o cargo de ministro da Justiça sob o argumento de que Bolsonaro estaria interferindo na Polícia Federal.

Posteriormente, ele afirmou que o ex-presidente quebrou a promessa de combater a corrupção “sem proteger quem quer que seja”, em referência clara aos esforços em blindar seus filhos de investigações.

Durante a campanha eleitoral, no entanto, Moro não só declarou apoio a Bolsonaro como também o treinou para os debates e estreou em propagandas políticas.

Recentemente, veio a público que o PL, partido do ex-presidente, disse à Justiça que o ex-juiz cometeu abuso de poder econômico e se beneficiou de caixa dois no pleito do ano passado.

Segundo o partido, o uso extra de dinheiro e “indícios de corrupção” aumentaram as chances de vitória de Moro. Paulo Martins, candidato do PL, ficou em segundo lugar mas, para a legenda, era ele quem deveria assumir, devido à conduta de Moro.

Segundo a sigla:

  • Antes de se candidatar ao Senado, Moro anunciou a pré-candidatura à Presidência pelo Podemos com segundas intenções;

  • Essa seria apenas uma forma dele driblar a legislação e o teto de gastos da disputa ao Senado;

  • Moro teria gastado pelo menos R$ 6,7 milhões com a pré-campanha e a campanha;

  • O máximo permitido para campanha ao Senado é de cerca de R$ 4,4 milhões;

  • O PL argumenta que, com dinheiro acima do permitido, a chance de vitória aumentou.