Movidos pela fase de Bia Haddad, organizadores do Rio Open têm objetivo de viabilizar torneio WTA no país

Na última semana, a tenista brasileira Luisa Stefani fez coro ao movimento nas redes sociais do público do tênis e aderiu à hashtag #RioOpenpraElas. A duplista número 30 do mundo também não soube responder por que não há um torneio feminino (do circuito WTA) no país.

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Atualmente, o principal torneio internacional feminino é o W60 do Rio de Janeiro, que acontece na Rio Tennis Academy, em Laranjeiras, que costuma acontecer em novembro. A competição até conta pontos para o ranking, mas é organizada pela Federação Internacional de Tênis (ITF).

Porém, o excelente momento do tênis feminino brasileiro pode ser o empurrão que faltava para que elas tenham um torneio para chamar de seu. Hoje, o grande nome do esporte no país é o de Bia Haddad, atual 12ª do ranking mundial — a melhor colocação de uma esportista do país na era profissional —, seguida por Stefani, campeã das duplas mistas no Australian Open, ao lado de Rafael Matos.

— Estamos levando o tênis para outro nível, tanto em resultados como em popularidade. Depois da Olimpíada, teve um grande boom para um nicho de fora do mundo do tênis. Isso motiva mais gente a investir e vira um ciclo positivo. Tenho muita esperança que, nos próximos anos, consigamos trazer um torneio grande desse porte para o feminino. É o que precisamos — diz Luisa, que ganhou bronze nas duplas femininas nos Jogos de Tóquio.

Resultados importantes

A esperança de Luisa pode se tornar realidade nos próximos anos. Os organizadores do Rio Open têm um projeto para viabilizar a vinda de um torneio WTA. Atualmente, a América do Sul conta com apenas uma competição do tipo, o WTA 250 da Colômbia — vencido por Teliana Pereira, em 2015 —, que é disputado no mês de abril.

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— O que a Bia está fazendo como um todo pelo esporte não ajuda apenas o feminino, mas o tênis em geral, dando visibilidade para a modalidade de novo. Daí começa a construção. Realmente um grande ídolo acaba movimentando o negócio. Existe um burburinho muito legal em torno dela, os patrocinadores pedindo “quero um torneio, traz um torneio” — diz Lui Carvalho, diretor do Rio Open.

A ideia não seria repetir o modelo dos primeiros anos do Rio Open, que contava com torneios de homens e mulheres ao mesmo tempo. A organização entende que isso enfraquece a chave feminina, com jogos em horários piores.

Calendário feminino

Mas não basta querer trazer o torneio. O principal desafio é conseguir uma data vaga dentro do calendário da WTA. A expectativa é de que haja algo mais concreto a partir de 2024.

— É um trabalho de 12 a 18 meses, e estamos trabalhando. Aqui, no Rio Open, é um momento importante para começar a discutir metas mais tangíveis e fazer o outro trabalho que é tão importante quanto: precisamos conseguir a data, precisamos ter essa oportunidade. Tendo a data, o resto vem junto — explica Lui, destacando que o projeto precisa ser sustentável para além do bom momento de Bia Haddad e companhia. — Ela é o carro-chefe, mas não podemos jogar mais essa pressão sobre ela.