MP opina a favor da liberdade de filho da ex-deputada Flordelis absolvido por envolvimento na morte de Anderson do Carmo
O MinistĂ©rio PĂșblico deu parecer favorĂĄvel para que Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho da ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, fique em liberdade condicional. O pedido foi feito nessa segunda-feira pelo advogado Luiz GregĂłrio na Vara de ExecuçÔes Penais (VEP) do Rio. Carlos foi absolvido no Ășltimo dia 12 da acusação de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, mas acabou condenado por associação criminosa armada. Ele recebeu uma pena de dois anos e dois meses de prisĂŁo e jĂĄ estĂĄ atrĂĄs das grades hĂĄ um ano e oito meses.
ApĂłs o parecer do MP, caberĂĄ a um juiz da VEP do Rio opinar sobre o pedido. Na petição, Luiz GregĂłrio argumenta que o cliente jĂĄ cumpriu o requisito objetivo - tempo de cumprimento de pena - para obter o benefĂcio, alĂ©m do requisito subjetivo - bom comportamento carcerĂĄrio. Carlos estĂĄ no presĂdio Evaristo de Moraes, em SĂŁo CristĂłvĂŁo, na Zona Norte do Rio. Ele foi preso em 25 de agosto de 2020.
Na liberdade condicional, o rĂ©u fica obrigado apenas a cumprir algumas condiçÔes impostas pela Vara de ExecuçÔes Penais (VEP), como "obter ocupação lĂcita" e Ă© a Ășltima âetapaâ de cumprimento de pena antes do rĂ©u ficar definitivamente em livre, com o tĂ©rmino da pena. Neste momento, tambĂ©m Ă© possĂvel sair da cidade onde mora sem precisar de autorização do juiz da VEP.
Carlos foi absolvido das acusaçÔes de homicĂdio triplamente qualificado e tentativa de homicĂdio duplamente qualificada, jĂĄ que tambĂ©m respondia por envolvimento no plano para envenenar a vĂtima. Ele foi condenado apenas por associação criminosa armada. No julgamento, Carlos responsabilizou Flordelis pelo assassinato pela primeira vez, afirmando que "acredita, sim" que ela teve participação direta na trama.
AlĂ©m de Carlos, tambĂ©m foram condenados nessa no Ășltimo dia 12, em julgamento no Tribunal do JĂșri de NiterĂłi, outro filho de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues, o ex-PM Marcos Siqueira e a mulher dele, Andrea dos Santos Maia. Os trĂȘs eram acusados de participação na fraude de carta usada para atrapalhar as investigaçÔes da morte do pastor Anderson do Carmo. Eles foram condenados por uso de documento falso e associação criminosa armada.
Adriano, que recebeu uma pena de 4 anos e seis meses, tambĂ©m poderĂĄ ser beneficiado, passando a cumprir pena em regime aberto. Com diminuição do tempo que tambĂ©m estĂĄ preso - um ano e oito meses, assim como Carlos - o filho de Flordelis ficarĂĄ com pena total de trĂȘs anos e oito meses, tempo de pena cujo cumprimento jĂĄ ocorre em regime aberto.
O advogado Angelo MĂĄximo, que representa a irmĂŁ do pastor Anderson do Carmo, assistente de acusação no processo, entrou com recurso para que Carlos Ubiraci tenha o jĂșri anulado e seja julgado novamente. Na apelação, o advogado argumenta âo inconformismo em parte da decisĂŁo do Conselho de Sentença que decidiu contrariamente a prova dos autosâ, ao absolver o rĂ©u dos crimes de homicĂdio consumado e tentado.
âA melindrosa versĂŁo final do ora APELADO (Carlos Ubiraci) de que nĂŁo participou das empreitadas criminosas nĂŁo se compatibilizam com as provas apuradas nos autos, durante toda a persecução penal, vez que, existem elementos suficientes a provar que o mesmo tinha pleno conhecimento do plano de morte da vĂtimaâ, escreveu no recurso.
Apontada como mandante da execução a tiros do marido, Flordelis serĂĄ julgada em 9 de maio, ao lado de uma neta e trĂȘs filhos, entre eles AndrĂ© Luiz de Oliveira.