Mudanças climáticas podem explicar a passagem do ciclone Freddy duas vezes no mesmo local?
O ciclone Freddy, que atingiu o sul da África pela segunda vez, deixou mais de 200 mortos após sua nova passagem por Malawi e Moçambique, segundo o balanço divulgado nesta terça-feira (14). O fenômeno, marcado por chuvas torrenciais que provocaram inundações e deslizamentos de terra, não é raro. No entanto, alguns pesquisadores se interessam pelo impacto das mudanças climáticas em sua intensidade.
Com informações de Orfeu Lisboa, correspondente da RFI em Maputo
Freddy devastou duas vezes a mesma região. Em Malawi, onde está a maior parte das vítimas fatais, cerca de 59.000 pessoas foram afetadas pelo ciclone, e mais de 19.000 deslocadas, depois de terem suas casas destruídas, ou inundadas.
Na capital econômica, Blantyre, muitos morreram em consequência dos deslizamentos de terra, que destruíram casas feitas principalmente de barro e tijolos. Os moradores estão convencidos de que há dezenas de corpos debaixo da lama. Em alguns locais, famílias e equipes de socorro escavavam entre os escombros com as próprias mãos.
O ciclone atingiu o sul da África pela primeira vez no final de fevereiro, depois de se formar no noroeste da Austrália. Após uma trajetória inédita de mais de 10.000 km de leste a oeste do Oceano Índico, tocou o solo de Madagascar e atingiu Moçambique. O balanço de vítimas era, então, de 17 mortos. Seguindo uma trilha circular incomum, o ciclone voltou a afetar a costa de Madagascar na semana passada.
Leia mais em RFI Brasil
Leia também:
Ciclone tropical deixa ao menos dez mortos e milhares de deslocados em Madagascar
Furacão Roslyn atinge a costa do México banhada pelo Pacífico
Após devastar Flórida, furacão Ian perde força e atinge Carolina do Sul