Mulher torturada por três dias pelo namorado está usando mandíbula de titânio
Vítima foi mantida em cárcere privado em Copacabana
Namorado foi preso e vai ser investigado por quatro crimes
Jornalista também sofreu traumatismo craniano
A jornalista Ana Luíza, de 37 anos, que foi torturada pelo namorado Fred Henrique Lima Moreira por três dias consecutivos na semana passada, no Rio de Janeiro, revelou que está usando uma mandíbula de titânio por causa das lesões.
A mulher foi agredida com cassetete e soco inglês pelo ex-namorado, que está preso. Os crimes aconteceram no apartamento dele, em Copacabana.
"Foi ciúme, misturado com loucura. Ele cria histórias na cabeça dele. Falou que tinha clonado meu celular. Inventou um motivo e partiu para cima de mim — está aqui o resultado. Estou com uma mandíbula de titânio, estou torta", declarou a vítima, em entrevista à TV Globo.
O suspeito foi preso pela Polícia Civil nessa quarta-feira (4) por meio de um mandado temporário e vai ser investigado por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura.
A vítima sofreu traumatismo craniano, fratura da mandíbula, além de apresentar diversos hematomas pelo corpo. A maioria dos golpes sofridos foi na região da cabeça.
Segundo informações da polícia, as agressões teriam começado na semana passada, quando a mulher foi até a casa do namorado.
Ao chegar no local, o suspeito acusou a jornalista de infidelidade e começou a agredi-la com o cassetete nas pernas, costas e cabeça.
Ajuda e fuga
Em depoimento à polícia, a mulher disse que passou a primeira noite desacordada. Ao levantar, ela tentou gritar por ajuda, mas percebeu que havia fraturado o maxilar, que a impedia de falar e mastigar.
A mulher também revelou que sofreu o golpe conhecido como mata-leão e que isso se repetiu nas outras duas vezes em que tentou pedir socorro.
No terceiro dia, a jornalista tentou fugir, correndo em direção à porta do apartamento, mas foi impedida pelo homem, que a teria puxado pelos cabelos e arremessado no chão.
A vítima aproveitou um momento de distração do suspeito, quando a porta foi esquecida aberta, no último dia 29, para conseguir fugir direto para a delegacia de Copacabana.
Prisão e histórico
Conforme informações da polícia, Moreira não ofereceu resistência à prisão. Na casa dele foram apreendidos o cassetete, o soco inglês e também um simulacro de pistola. As armas foram reconhecidas pela vítima.
O suspeito é considerado um homem altamente perigoso e tem uma extensa relação de anotações criminais, tais como violência doméstica, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, ameaça e resistência.