Nascida no Caribe, ela é a única mulher negra produtora de champanhe
REIMS, França. Quando Marie-Ines Romelle, mulher negra nascida na Ilha de Guadalupe, decidiu entrar para o mundo exclusivo do champanhe, não encontrou ninguém que parecesse com ela. Mas, ao invés de se deixar intimidar, aplicou o lema com o qual tenta viver:
"Você tem que ousar. Quando ousamos, conseguimos abrir portas", revela.
Romelle, 42, agora é dona de uma marca de champanhe, em parceria com um vinhedo local, e diz que encontrou mercado entre pessoas de origem caribenha, para quem uma marca que de alguma forma se conecta com suas origens é importante.
A marca se chamada Marie Cesaire, uma junção dos nomes da mãe e do pai de Romelle. Em uma referência ao Caribe, o rótulo da garrafa tem a imagem de um beija-flor.
Romelle é a única mulher negra produtora de champagne, nome dado exclusivamente ao vinho espumante produzido na região francesa da Champagne.
Quando ela tinha 3 anos, sua família se mudou de Guadalupe para um subúrbio de Paris. O pai morreu quando Romelle tinha 9. Aos 16, ela deixou a escola para trabalhar e ajudar a família. O amor pelo champanhe nasceu quando Romelle trabalhava como assistente de vendas de uma delicatessen em um aeroporto.
Em 2015, depois de se formar em Negócios, trabalhar gerenciando lojas e como gerente de ativos em um banco, ela se mudou para a região da Champagne e lançou a marca.
Romelle diz que espera abrir caminhos para pessoas de diferentes grupos étnicos.
"Temos que parar de construir barreiras e de dizer a nós mesmos que não podemos. Espero que amanhã alguém se identifique comigo e que eu cause um impacto nessas pessoas, que elas ousem fazer o que não ousariam."