Netanyahu avança com polémica reforma judicial
O debate entrou pela madrugada dentro, no parlamento israelita, e o desfecho alimenta ainda mais os protestos no país. Por 63 votos contra 47, foi aprovada numa primeira leitura a polémica reforma judicial que o governo de Benjamin Netanyahu pretende avançar.
Estão em causa dois projetos de lei. Um consiste em dar ao governo o controlo do processo de escolha de juízes; outro restringe o alcance do Supremo Tribunal em processos de revisão legislativa.
Este último comporta uma denominada "cláusula de anulação" que, na prática, permite que sejam revertidas decisões do Supremo, caso uma maioria de deputados assim o vote.
A oposição denuncia o fim da independência judicial e da separação de poderes. Muitos deputados gritaram a palavra "vergonha". Alguns foram expulsos da Knesset.
Nas ruas de Telavive e Jerusalém, os protestos para "salvar a democracia" multiplicam-se, contra as intenções de Netanyahu e da sua coligação com partidos ultraortodoxos e de extrema-direita. Surgem muitas críticas à lógica deste primeiro-ministro que, há quase três anos, enfrenta acusações judiciais de corrupção e fraude.
Netanyahu afirma que foram os eleitores que decidiram seguir este caminho nas últimas legislativas de novembro.
Este voto foi o primeiro dos três necessários para que a reforma possa ser formalmente aprovada pelo parlamento.