No dia do Capitólio, EUA prenderam 14 pessoas; Brasil prendeu 15 vezes mais
Em entrevista nesta segunda, Flávio Dino, ministro da Justiça, afirmou que 'sem dúvidas episódio em Brasília foi o Capitólio brasileiro'
Flávio Dino cravou: os atos terroristas em Brasília neste domingo (8) foram a versão brasileira do ataque ao Capitólio dos EUA em 2021. Diferenças, no entanto, mostram uma maior efetividade brasileira quando se fala de pessoas presas imediatamente.
Brasil prendeu 15 vezes mais. O ministro da Justiça brasileiro falou na segunda-feira (9) e cravou que 209 pessoas foram presas ainda no domingo, dia dos atos terroristas. Ele viria a afirmar logo depois que, menos de 24h após os atos, mais de 1500 pessoas foram presas e ouvidas por envolvimento. Os números são bem maiores do que o que aconteceu nos EUA.
No dia 6 de janeiro de 2021, manifestantes furaram o bloqueio da polícia do Capitólio, do lado de fora do Congresso, por volta da 1 hora da tarde. Meia hora depois eles já estavam na porta do Capitólio
Foram 3 mil pessoas, mais ou menos, que participaram do ataque ao Capitólio: 14 presas no próprio dia, número 15 vezes menor do que no Brasil
Em dois anos, EUA prenderam menos que Brasil em 24h. Mesmo dois anos depois, o sistema norte-americano ainda peca quando se fala das prisões dos invasores do Capitólio.
Nos primeiros seis meses após a invasão, 535 pessoas foram presas, três por dia em média
No fim do ano de 2021, 725 cidadãos tinham sido acusados por crimes federais
Isso quer dizer que, em média, três em quatro pessoas que invadiram o Capitólio estão impunes até hoje
Trabalho lento e gradual. Assim que os EUA, oficialmente, falam sobre as investigações sobre as invasões no Capitólio. Aos números:
Dois anos de investigação completos na semana passada
20 promotores federais envolvidos na investigação
725 cidadãos acusados por crimes federais
O que Dino disse sobre ser o capitólio brasileiro? Foi na coletiva da segunda (9) que o ministro da Justiça afirmou: "Nós vimos a manifestação de um ódio às instituições que foram tão duramente atacadas nos últimos anos. Vimos a materialização do discurso de ódio que não era anedótico, como alertamos nesses anos todo. Palavras têm poder e essa palavras se transformaram em ódio e destruição. Não tenho dúvidas que nós vivemos ontem o Capitólio brasileiro".
Como se organizaram os atos terroristas em Brasília? A linha do tempo interativa abaixo te mostrar, clique e explore:
Pode acontecer uma CPI no Brasil sobre os atos? Sim. E deve acontecer, segundo boa parte de senadores brasileiros. Dos 27 votos necessários, um pedido feito já havia obtido 31. Os ritos devem ser iniciados em fevereiro e você pode entender mais clicando aqui.
Análise do caos: a cientista política Deysi Cioccari analisa os ataques terroristas em Brasília, assista.