No governo Bolsonaro, número de registros de armas para CACs cresceu 474%
Resumo da notícia
Número de registros de CACs cresceu 474% no governo de Jair Bolsonaro
Atualmente, a cada 100 mil brasileiros, 314 tem registro de CACs
Governo Bolsonaro flexibilizou política de venda de armas de fogo
A quantidade de pessoas com certificado de registros de armas de fogo no Brasil cresceu 474% ao longo do governo de Jair Bolsonaro (PL). Os dados são do Anuário de Segurança Pública e foram divulgados pelo g1.
Os números foram levantados com base em informações do exército e levam em conta os registros de CACs, isto é, atividade de caçador, atirador desportivo e colecionador. Em outras categorias de registros também houve crescimento.
Antes do início do governo Bolsonaro, em 2018, o Brasil tinha 117,5 mil pessoas com registro de CAC. Agora, são mais de 673,6 mil registros. Há quatro anos, a cada 100 mil brasileiros, 56 tinham autorização para ter uma arma. Agora, a cada 100 mil brasileiros, 314 são CAC.
Isabel Figueiredo, Ivan Marques e David Marques, pesquisadores do Fórum de Segurança Pública, afirmam que, com o aumento do número de registros, também cresce a possibilidade de armas regulares serem desviadas para o crime.
“Em síntese, há um conjunto de ingredientes que desconsideram as evidências científicas sobre o impacto de longo prazo que armas de fogo e munições exercem na sociedade brasileira e que preparam o país para um cenário literalmente explosivo”, explicaram os pesquisadores ao g1.
Ao longo do governo Bolsonaro, houve um processo de flexibilização para a compra de armas de fogo. Hoje, atiradores podem ter até 60 armas, sendo 30 de uso restrito, como fuzis. Em relação à munição, cada CAC pode comprar 180 mil balas ao ano. Os caçadores podem comprar até 30 armas, 15 de uso restrito, e 6 mil balas. Para os colecionadores, não há limite numérico, mas são cinco peças de cada modelo, além de 6 mil balas.
Estados com mais CACs
O estado com mais registros de CAC é São Paulo, com 26%. Em seguida, aparecem Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Sul, onde vive 14% da população brasileira, concentra 25% dos registros de CAC no Brasil.