No Japão, condenado à morte mais velho do mundo terá novo julgamento após décadas na prisão

AFP - KAZUHIRO NOGI

Um tribunal japonês ordenou nesta segunda-feira (13) a revisão do julgamento de um homem de 87 anos, considerado o mais velho condenado à morte do mundo, quase 60 anos depois de ter sido considerado culpado em um caso de assassinato.

Os advogados de Iwao Hakamada deixaram o Supremo Tribunal de Tóquio nesta segunda-feira após uma breve audiência, acenando com faixas e exigindo um novo julgamento, enquanto seus apoiadores gritavam: "Libertem Hakamada agora".

"Esperei 57 anos por este dia e ele chegou", declarou Hideko Hakamada, de 90 anos, irmã de Iwao e sua principal apoiadora. "É um peso que finalmente foi tirado dos meus ombros", ela acrescentou.

Seu irmão passou mais de quatro décadas no corredor da morte depois de ter sido condenado em 1968 pelo assassinato quádruplo de seu chefe e três de seus familiares. Hakamada confessou o crime após semanas de interrogatórios na detenção, antes de se retratar. Desde então, ele nunca parou de afirmar sua inocência, mas a sentença foi confirmada em 1980.

O ex-boxeador foi libertado em 2014, depois que um tribunal admitiu dúvidas sobre sua culpa com base em testes de DNA e decidiu lhe oferecer um novo julgamento.

Reviravolta

Mas, em 2018, uma nova reviravolta: em recurso da promotoria, o Tribunal Superior de Tóquio questionou a confiabilidade dos testes de DNA e cancelou a decisão de 2014, sem que Hakamada fosse mandado de volta para a prisão.

(Com informações da AFP)


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