O ChatGPT pode substituir um médico?

Será que o ChatGPT, chatbot com inteligência artificial (IA), poderia ser usado para tomar decisões sobre a prescrição de antibióticos a pacientes? Essa foi a pergunta que pesquisadores da Universidade de Liverpool procuram responder.

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Em um artigo publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, acadêmicos do Instituto de Sistemas, Biologia Molecular e Integrativa da instituição de ensino mostram que, embora a inteligência artificial ainda não possa substituir o médico, há um claro potencial para a tecnologia desempenhar um papel na prática clínica.

Os pesquisadores apresentaram ao ChatGPT oito cenários hipotéticos de infecção sobre os quais as pessoas normalmente consultariam seus médicos — como uma infecção no peito. Eles então avaliaram o conselho fornecido pela tecnologia quanto à sua adequação, consistência e impacto na segurança do paciente.

A avaliação constatou que o ChatGPT entendeu os cenários e forneceu respostas coerentes, incluindo isenções de responsabilidade e direcionando os pacientes para fontes de aconselhamento. Também pareceu entender a necessidade de prescrever antibióticos apenas quando havia evidência de infecção bacteriana.

No entanto, o ChatGPT forneceu conselhos inseguros em cenários complexos e nos quais informações importantes não foram fornecidas explicitamente.

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Curiosamente, a nova tecnologia tendeu a se concentrar no tipo de antibiótico prescrito em cada cenário, e não em outros fatores, refletindo as suposições feitas inicialmente pelos médicos durante a consulta.

Após o experimento, os pesquisadores desenvolveram uma lista de verificação para os padrões que a IA deve atender para ser considerada para uso na prática clínica no futuro.

"Foi fascinante ver o potencial da inteligência artificial na área da saúde demonstrado por meio deste experimento que testou a capacidade do ChatGPT de fornecer conselhos sobre tratamento com antibióticos. Com o aumento da resistência a antibióticos representando uma ameaça significativa para a saúde global, a capacidade da IA de fornecer conselhos de tratamento precisos e seguros pode revolucionar a maneira como abordamos o atendimento ao paciente. Esperamos explorar mais essa tecnologia e suas implicações para o futuro de cuidados de saúde", diz Alex Howard, coautor do trabalho, em comunicado.