O maloya nômade do grupo Saodaj’, uma mágica viagem à Ilha da Reunião
Originário da Ilha da Reunião, departamento francês no leste da África, a banda Saodaj’ mescla tradição e modernidade, propondo um "maloya nômade", cantado em francês e em crioulo. Engajado e em constante evolução, o quinteto tem uma forte mensagem de luta e de resistência.
O nome Saodaj', escolhido para batizar o grupo, foi inspirado em uma palavra especial da língua portuguesa. Segundo os membros da banda, poucos idiomas têm definições para essa conjunção de sentimentos que é a saudade. Para muito além da sonoridade da pronúncia, a trajetória do quinteto também trilha pelos caminhos nostálgicos e melancólicos das memórias crioulas.
Por trás dos ritmos ensolarados e as vozes cativantes dos vocalistas Jonathan Itéma e Marie Lanfroy, há toda a dimensão política do trabalho da Saodaj'. A faixa “Un Cri” (um grito), denuncia os estupros conjugais, “Koman”, trata do passado colonialista e escravocrata da ilha da Reunião. Já em “Mon mon Kolonel”, a banda faz uma homenagem à policial congolesa Honorine Munyole, ícone da luta contra as violências domésticas na África.
O primeiro álbum do grupo, lançado neste mês, chama-se “Laz”, como o título da faixa que foi escolhida pela programação musical da RFI. Em plena turnê pela França, Saodaj' passa por várias cidades e se apresenta em Paris, na sala Petit Bain, em 19 de março.
Ouça o podcast clicando no player acima ou acesse-o no Spotify ou no Deezer.
Leia mais em RFI Brasil
Leia também:
A belgo-portuguesa Blu Samu: uma pepita do hip-hop e soul europeu
Santigold, uma roqueira inspirada pelo hip-hop e o afrobeat
O electropop intergaláctico e cinematográfico do grupo francês M83