OCDE: guerra desacelera economia mundial e Brasil vai crescer menos da metade do previsto
A invasão da Ucrânia pela Rússia desacelerou a economia mundial, que havia começado a se recuperar após a pandemia de Covid-19, advertiu a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), nesta quarta-feira (8). As previsões mais recentes da instituição apontam um recuo expressivo do crescimento mundial e alta da inflação para este ano. No Brasil, o crescimento do PIB previsto para 2022 deverá ser de apenas 0,6%.
O relatório Perspectivas Econômicas da organização, revelado nesta manhã, indica uma forte desaceleração do crescimento global, de 3% em 2022 e 2,8% em 2023. Nas previsões divulgadas em dezembro passado, a OCDE antecipava 4,5% de aumento do PIB mundial este ano.
As consequências da guerra pesam no ambiente econômico com mais intensidade na Europa, onde os países são mais expostos ao conflito e sofrem com importações de energia e um novo afluxo de refugiados, destaca a OCDE, que tem sede em Paris e reúne as 38 economias mais desenvolvidas do planeta.
“Em todo o mundo, países registram preços crescentes das commodities, que aumentam as pressões inflacionárias e pesam sobre as receitas e gastos reais, impedindo o crescimento”, afirmou o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, durante a apresentação do documento.
A inflação alta está corroendo a renda e os gastos das famílias, atingindo, especialmente, as mais vulneráveis. A ameaça de uma grave crise alimentar continua forte nas economias mais pobres do mundo, devido ao alto risco de escassez de oferta e custos elevados dos produtos de primeira necessidade.
Inflação deve dobrar
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