Ômicron pode ser mutação surgida em animais infectados com Covid, apontam cientistas
Uma hipótese do surgimento da Ômicron é que animais tenham sido infectados com o coronavírus que estava em humanos
O vírus teria mutado e, depois, voltado para seres humanos
Hipótese ainda não está confirmada, mas explicaria alto número de mutações na Ômicron
A variante Ômicron do coronavírus, que tem ligado o alerta de autoridades sanitárias ao redor do mundo, pode ser uma mutação surgida em animais infectados com a covid-19. Essa é uma das linhas de investigação seguida por pesquisadores.
A informação foi divulgada pelo portal Stat News. A hipótese é que um animal, possivelmente um roedor, tenha contraído a covid-19 humana e, depois, o vírus tenha voltado para um ser humano. Essa seria uma possível explicação para o alto de mutações que a variante apresenta na proteína S.
Kristian Andersen, imunologista do Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, ventila a possibilidade de a Ômicron ser fruto de um fenômeno zoonótico – isto é, quando um animal é infectado com um patógeno e, depois, a doença se espalha para humano.
“Sei que a maior parte das pessoas acha que isso aparece a partir de indivíduos imunossuprimidos, e eu acho que isso é plausível, mas, honestamente, eu na verdade acho que esse fenômeno zoonótico reverso, seguido de uma nova zoonose parece mais provável, dado o número de evidências e o a quantidade de mutações, porque a maioria é bem incomum”, explicou à Stat News.
“Não acho que deveríamos descartar essa possibilidade, porque realmente acho que isso está entre as opções”, declarou.
Ainda não há confirmação de que esse tenha sido o caso, mas a hipótese é considerada. Andrew Rambut, professor de evolução molecular no Instituto de Biologia Evolutiva de Edimburgo classificou a possibilidade como “uma hipótese plausível”.
Por outro lado, Emma Hodcroft, epidemiologista molecular no Instituto de Medicina Social e Preventiva de Berd, na Suíça, disse que o mais provável é que o vírus tenha mutado após ser conteúdo por indivíduos imunossuprimidos.
Vacinas adaptadas
As farmacêuticas que produzem vacinas contra a covid-19 já estão trabalhando em versões repaginadas, capazes de proteger a população da variante Ômicron. É o caso da Sinovac, Pfizer, Moderna e AstraZeneca.
Ao mesmo tempo, as empresas também estão fazendo testes para averiguar a eficácia das versões originais dos imunizantes contra a nova variante.