ONU pede o fim imediato do ciclo de violência na Cisjordânia

O enviado da ONU para a paz no Oriente Médio pediu nesta quarta-feira (8) a israelenses e palestinos o fim "imediato" da crescente violência na Cisjordânia ocupada, um dia após uma operação israelense que matou seis pessoas.

"Estamos no meio de um ciclo de violência que deve ser interrompido imediatamente", afirmou o representante da ONU, o diplomata norueguês Tor Wennesland, em um comunicado.

"O Conselho de Segurança falou em uma só voz ao pedir às partes que demonstrem calma e moderação, e que se abstenham de qualquer provocação, incitação à violência ou declarações incendiárias", acrescentou o diplomata, ao mencionar uma declaração divulgada pelo organismo da ONU em 20 de fevereiro.

O texto de Wennesland foi publicado um dia após uma operação israelense na cidade de Jeninn, norte da Cisjordânia, na qual os soldados mataram seis palestinos, incluindo Abdel Fatah Hussein Jrushah, acusado pelos assassinatos de dois colonos no mês passado.

Wennesland afirmou que estava "alarmado" com os confrontos violentos nos quais soldados israelenses utilizaram lança-foguetes portáteis contra uma casa em que Jrushah estava escondido.

Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência da Autoridade Palestina, considerou o uso de foguetes em uma zona urbana um gesto de "guerra total", informou a agência palestina Wafa.

A operação foi a mais recente de uma série incursões militares letais neste território palestino, ocupado por Israel desde 1967.

O exército israelense afirma que Jrushah era membro do grupo islamista Hamas e que matou, no dia 26 de fevereiro, dois irmãos de 20 e 22 anos, residentes em uma colônia judaica do norte da Cisjordânia.

Em resposta ao atentado, dezenas de colonos judeus atacaram na mesma noite a localidade palestina mais próxima, Huwara, e incendiaram quase 30 casas e mais de 100 carros, segundo a polícia.

"Estou profundamente chocado com a violência contínua", afirmou Wennesland, que condenou tanto as ações dos colonos como os ataques palestinos.

"Israel, como poder de ocupação, deve assegurar que a população civil seja protegida e que os perpetradores prestem contas", disse.

Os compromissos de "desescalada" que os dois lados assumiram na Jordânia no mês passado devem ser implementados se "queremos encontrar um caminho para avançar", destacou Wennesland.

"As diferentes partes devem abster-se de dar mais passo que nos levem a mais violência", acrescentou.

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