"Ordem judicial se cumpre", diz Kalil após intimação de ministro do STF para liberar cultos
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD-MG), voltou atrás e disse que cumprirá a ordem judicial do ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF) permitindo a realização de cultos e missas no pico da pandemia de coronavírus. O magistrado intimou o político mineiro a liberar as celebrações religiosas.
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“Por mais que doa no coração de quem defende a vida, ordem judicial se cumpre. Já entramos com recurso e aguardamos a manifestação do Presidente do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Kalil em seu perfil no Twitter, pedindo um posicionamento do ministro Luiz Fux a respeito da decisão de Nunes Marques.
Após ter mantido a proibição de cultos e missas para evitar aglomerações e conter o avanço da pandemia, Kalil tornou-se alvo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O deputado estadual Bruno Engler (PRTB-MG) questionou a autoridade do prefeito para contrariar a decisão de Nunes Marques e o chamou de “Barrabás” (ladrão escolhido para ser liberto em vez de Jesus, segundo a tradição cristã).
“Você não tem autoridade para violar a liberdade de culto religioso, garantida na Constituição, ainda mais agora com uma liminar de um Ministro do STF grantindo-a”, escreveu Engler ao prefeito, no Twitter.
O deputado federal Sóstentes Cavalcante (DEM-RJ) defendeu a prisão de Kalil e o xingou de “louco” e “bobão”: “STF, prendam esse louco! Ele não sabe que ordem judicial é para cumprir! Amanhã todos de BH celebrem a Páscoa! #KalilBobão”.
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também apoiou a ordem do ministro indicado por Bolsonaro ao STF e, como Sóstenes, xingou o prefeito da capital mineira.
“Resposta ao prefeito de BH, senhor Kalil! Deixa de ser inescrupuloso ! Decisão liminar da Justiça se cumpre! Aind amais do STF. As igrejas em BH podem ter culto nesse domingo. O prefeito de BH não tem autoridade mais sobre o assunto. Bobalhão!”, finalizou Malafaia.