Organizada do Palmeiras critica uso do Allianz pelo São Paulo
Em nota oficial, Mancha Verde disse que Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ignorou conselheiros do clube.
Descontente com a troca de favores entre Palmeiras e São Paulo, tendo um clube utilizado o estádio do outro e vice-versa, por causa de questões logísticas, envolvendo shows internacionais, a torcida organizada Mancha Verde publicou uma crítica pública à presidente Leila Pereira, alegando que a mandatária teria ignorado conselheiros do clube, além de tomar decisões pessoais e não pensar no coletivo.
Na nota, a Mancha Verde afirma que: "UMA AFRONTA À NOSSA HISTÓRIA!
As críticas que fizemos até aqui à presidente Leila Pereira refletem visões distintas sobre prioridades de investimento do clube. Mas nenhum equívoco cometido neste primeiro ano de gestão se equipara à inaceitável decisão de ceder o Allianz Parque ao clube que, décadas atrás, tentou tomar a nossa casa.
Leila tomou tal medida sem consultar ninguém e, mesmo diante da repercussão negativa entre os palmeirenses, seguiu adiante com um acordo que só é bom para o nosso inimigo.
Ao longo do último mês, Leila foi alertada dos riscos de tal arranjo, primeiro em uma carta aberta assinada por 34 conselheiros e depois em conversas com inúmeras pessoas influentes e que conhecem a fundo a história do clube. E o que fez a mandatária? Simples: ignorou a sensatez dos que cumpriram o dever de aconselhá-la.
Alheia às vozes divergentes, ela segue tomando decisões monocráticas e que parecem atender mais a suas aspirações pessoais do que aos interesses da coletividade palmeirense.
O empréstimo do Allianz Parque a um clube inimigo desconsidera uma série de fatores: o entorno do estádio, com a presença de incontáveis sedes de torcida, lojas, bares e estabelecimentos que respiram Palmeiras; o direito de ir e vir dos associados do clube social; e mesmo a segurança dos moradores de um bairro alviverde como nenhum outro.
A revolta entre os palmeirenses é consensual, mas, ao que parece, a mandatária prefere dar ouvidos ao dirigente rival que, há menos de um ano, atuou nos bastidores para tentar impedir que o Palmeiras jogasse em casa a final do Paulistão - lembram-se disso?
A realização desta partida lamentável no Allianz Parque constitui uma afronta à nossa história, aos nossos símbolos e à nossa coletividade. E é uma página tenebrosa a desonrar a memória dos bravos palestrinos da Arrancada Heroica, que protegeram o nosso estádio do ataque inimigo".
Leia também:
Em resposta à crítica, ao conceder entrevista à ESPN, Leila rebateu: "Entrei em contato com o presidente Júlio Casares e disse que não havia problema. 'Jogam aqui no Morumbi, mas se precisarmos jogar no Allianz, ok para vocês?'. Foi uma reciprocidade. A gente joga lá e o São Paulo poderia jogar no Allianz. Jamais foi da minha cabeça. A presidente Leila Pereira não toma decisão sozinha. Tomamos conta do Palmeiras em conjunto. Foi uma decisão em conjunto pelo que fosse melhor para o futebol. Não administro o Palmeiras em cima de nota de torcida organizada. A torcida tem de torcer. Se alguém da organizada quer dirigir o Palmeiras, é fácil. Eu fui eleita, tenho responsabilidade. Sei o que é melhor para o Palmeiras porque estou no dia a dia. Sei que o melhor para o nosso futebol seria jogar no Morumbi e, para isso, fizemos um acordo justo, deles jogarem no Allianz".
O São Paulo utilizará o Allianz Parque na próxima segunda, contra o Água Santa, porque o Palmeiras precisou usar o Morumbi no começo de fevereiro, no clássico contra o Santos.