Organizada do Palmeiras critica uso do Allianz pelo São Paulo

Em nota oficial, Mancha Verde disse que Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ignorou conselheiros do clube.

Em nota oficial, Mancha Verde disse que Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ignorou conselheiros do clube.
Em nota oficial, Mancha Verde disse que Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ignorou conselheiros do clube. Foto: (Ricardo Moreira/Getty Images)

Descontente com a troca de favores entre Palmeiras e São Paulo, tendo um clube utilizado o estádio do outro e vice-versa, por causa de questões logísticas, envolvendo shows internacionais, a torcida organizada Mancha Verde publicou uma crítica pública à presidente Leila Pereira, alegando que a mandatária teria ignorado conselheiros do clube, além de tomar decisões pessoais e não pensar no coletivo.

Na nota, a Mancha Verde afirma que: "UMA AFRONTA À NOSSA HISTÓRIA!

As críticas que fizemos até aqui à presidente Leila Pereira refletem visões distintas sobre prioridades de investimento do clube. Mas nenhum equívoco cometido neste primeiro ano de gestão se equipara à inaceitável decisão de ceder o Allianz Parque ao clube que, décadas atrás, tentou tomar a nossa casa.

Leila tomou tal medida sem consultar ninguém e, mesmo diante da repercussão negativa entre os palmeirenses, seguiu adiante com um acordo que só é bom para o nosso inimigo.

Ao longo do último mês, Leila foi alertada dos riscos de tal arranjo, primeiro em uma carta aberta assinada por 34 conselheiros e depois em conversas com inúmeras pessoas influentes e que conhecem a fundo a história do clube. E o que fez a mandatária? Simples: ignorou a sensatez dos que cumpriram o dever de aconselhá-la.

Alheia às vozes divergentes, ela segue tomando decisões monocráticas e que parecem atender mais a suas aspirações pessoais do que aos interesses da coletividade palmeirense.

O empréstimo do Allianz Parque a um clube inimigo desconsidera uma série de fatores: o entorno do estádio, com a presença de incontáveis sedes de torcida, lojas, bares e estabelecimentos que respiram Palmeiras; o direito de ir e vir dos associados do clube social; e mesmo a segurança dos moradores de um bairro alviverde como nenhum outro.

A revolta entre os palmeirenses é consensual, mas, ao que parece, a mandatária prefere dar ouvidos ao dirigente rival que, há menos de um ano, atuou nos bastidores para tentar impedir que o Palmeiras jogasse em casa a final do Paulistão - lembram-se disso?

A realização desta partida lamentável no Allianz Parque constitui uma afronta à nossa história, aos nossos símbolos e à nossa coletividade. E é uma página tenebrosa a desonrar a memória dos bravos palestrinos da Arrancada Heroica, que protegeram o nosso estádio do ataque inimigo".

Leia também:

Em resposta à crítica, ao conceder entrevista à ESPN, Leila rebateu: "Entrei em contato com o presidente Júlio Casares e disse que não havia problema. 'Jogam aqui no Morumbi, mas se precisarmos jogar no Allianz, ok para vocês?'. Foi uma reciprocidade. A gente joga lá e o São Paulo poderia jogar no Allianz. Jamais foi da minha cabeça. A presidente Leila Pereira não toma decisão sozinha. Tomamos conta do Palmeiras em conjunto. Foi uma decisão em conjunto pelo que fosse melhor para o futebol. Não administro o Palmeiras em cima de nota de torcida organizada. A torcida tem de torcer. Se alguém da organizada quer dirigir o Palmeiras, é fácil. Eu fui eleita, tenho responsabilidade. Sei o que é melhor para o Palmeiras porque estou no dia a dia. Sei que o melhor para o nosso futebol seria jogar no Morumbi e, para isso, fizemos um acordo justo, deles jogarem no Allianz".

O São Paulo utilizará o Allianz Parque na próxima segunda, contra o Água Santa, porque o Palmeiras precisou usar o Morumbi no começo de fevereiro, no clássico contra o Santos.