Os millennials são uma geração mais doente - e precisamos falar sobre isso

Millennials podem morrer até 40% mais por conta do declínio no seu estado de saúde como um todo (Foto: Getty Creative)
Millennials podem morrer até 40% mais por conta do declínio no seu estado de saúde como um todo (Foto: Getty Creative)

Por mais que se fale tanto de autocuidado, fato é: os millennials não estão bem. Segundo um novo estudo, a geração está vendo a sua saúde física e mental decair em um ritmo mais acelerado que a geração anterior, a Gen X.

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Segundo o estudo da Blue Cross Blue Shield com jovens norte-americanos, esse declínio pode ser revertido com o tratamento adequado, mas, sem uma intervenção efetiva, os millennials podem sofrer um aumento de 40% na taxa de mortalidade em relação à geração X, quando tinha essa mesma idade. Se você não lembra, millennials são aqueles que, hoje, têm entre 25 e 35 anos.

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Ao mesmo tempo, essas pessoas também podem gastar até um terço a mais do que a Gen X com tratamentos e medicamentos, tanto por conta da necessidade crescente quanto por causa do aumento dos custos.

Vale notar que os Estados Unidos não possuem um serviço de atendimento gratuito, como é o caso do SUS, no Brasil, e os custos de tratamentos médicos e medicamentos é muito superior aos que vemos por aqui.

Por lá, os gastos com saúde são um dos quatro principais entre os jovens millennials. E aí vai um choque: em 1960, esses custos anuais ficavam em torno de US$ 146. Já em 2016, eles subiram para US$ 10.345 (R$ 43.260, na cotação do dólar a R$4,18), em média, por ano. Segundo o Business Insider, de acordo com os ajustes da inflação local, esses gastos podem chegar até US$ 14.944 (R$ 62.492) em 2023.

O estudo ainda diz que, assim como tem um efeito direto na longevidade dessa geração, uma saúde debilitada, mesmo que em termos de saúde mental, tem um impacto gigantesco na economia. Pessoas doentes significam uma força de trabalho menor, maior desemprego e uma perda de receita anual em torno de US$ 4.500 (mais de R$ 18 mil) por pessoa.

Na pesquisa, as causas principais apontadas para esse declínio na saúde vão tanto de questões físicas comuns, como pressão alta e colesterol elevado, como o crescimento de quadros de depressão e ansiedade ao redor do mundo.

E o Brasil?

Por aqui, os números não são muito animadores. O Brasil, apesar de não fazer parte do estudo da Blue Cross Blue Shield, está em segundo lugar em todo o continente americano no número de casos de depressão.

Liderando em termos de América Latina, a Organização Mundial da Saúde estipula que 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão - e que 20% da população teve ou ainda terá um quadro depressivo diagnosticado.

Quando o assunto é ansiedade, os números também assustam: mais de 19 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade. Isso nos coloca em primeiro lugar na lista dos países mais ansiosos do mundo. E, em decorrência desse quadro de saúde mental, o suicídio é a terceira principal causa de morte no Brasil. Só em 2016 foram mais de 11.400 mortes, segundo o Ministério da Saúde.

Na tentativa de reverter esse panorama tão preocupante, existe tanto iniciativas governamentais quanto privadas na prevenção do suicídio e tratamento da depressão. É possível, por exemplo, conseguir atendimento psicológico e psiquiátrico de graça, além de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos nas farmácias das UBS (Unidade Básica de Saúde).

Caso você sinta necessidade de conversar com alguém sobre o que sente, é possível também ligar para o CVV, o Centro de Valorização da Vida, pelo número 188. A ligação é gratuita e o atendimento funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana.