“Ou morremos, ou vencemos”, dizem mulheres iranianas após seis meses de protestos e repressão

REUTERS - NACHO DOCE

Há seis meses as iranianas encampam um movimento de contestação inédito contra o regime de Teerã. Apesar da repressão e das ameaças constantes, elas continuam uma luta que vai bem além do uso obrigatório do véu, como contam as testemunhas ouvidas pela RFI nesse Dia Internacional das Mulheres.

Darya Kianpour, da RFI

“Eu posso estar tremendo de frio, mas me recuso a colocar um lenço ou um chapéu! Mesmo se o inverno é intenso, não quero que eles [as forças de segurança] pensem que eu cedi ou que estou com medo”. A declaração de Haleh, uma iraniana de 58 anos, resume a postura de boa parte de suas compatriotas desde a morte em setembro de 2022 da jovem curda iraniana Mahsa Amini, detida pela polícia moral em Teerã por usar um véu de forma considerada imprópria.

Como muitas de suas compatriotas, Haleh mantém a cabeça erguida, descoberta, e não esconde a sua “aversão” ao regime. Moradora de Teerã, ela diz que nunca apoiou o véu obrigatório, nem tampouco "as outras leis draconianas da República Islâmica". E desde a morte de Mahsa Amini, passou a atuar em vários grupos de oposição, participando em comícios, distribuindo panfletos e militando a favor da desobediência civil.


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