Palestinos são mortos na Cisjordânia um dia após ataque em Israel

Dois palestinos morreram, nesta sexta-feira (10), na Cisjordânia ocupada, um deles nas mãos de um colono israelense, em um momento de tensão naquele território ocupado por Israel, e no dia seguinte a um tiroteio em Tel Aviv.

Amir Odeh, de 16 anos, morreu após ser atingido no peito "pela ocupação" na cidade de Qalqilya, informou o Ministério da Saúde palestino. O Exército de Israel, por sua vez, disse à AFP que o assassinato ocorreu depois que "um suspeito se aproximou de uma base militar" naquela cidade da Cisjordânia e lançou "uma bomba incendiária contra soldados próximos", ao que eles "responderam abrindo fogo".

Horas antes, a força armada havia informado sobre outro palestino assassinado, que descreveu como "um terrorista armado com facas e artefatos explosivos". O homem entrou na colônia de Dorot Illit, perto de Qalqilya, onde "o proprietário do terreno viu o terrorista e atirou contra ele".

O Ministério da Saúde palestino indicou que foi informado por autoridades israelenses sobre a morte do palestino de 21 anos Abdelkarim Badia al Sheikh.

Os assassinatos de hoje aconteceram um dia depois que um palestino feriu três pessoas a tiros em uma rua de Tel Aviv, um ataque que a polícia classificou como atentado terrorista. O Exército de Israel afirmou hoje que prendeu dois parentes do responsável pelo ataque, Motaz Khawaja, de 23 anos, membro do braço militar do movimento islamita palestino Hamas. A polícia, por sua vez, informou que prendeu dois árabes-israelenses suspeitos de terem-no transportado.

Khawaja abriu fogo na avenida Dizengoff, centro de Tel Aviv, antes de ser atingido pela polícia. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que determinou uma "ação imediata para destruir a casa do terrorista" em Nilin (cidade ao noroeste de Ramallah, no centro da Cisjordânia), para onde as forças israelenses seguiram durante a noite para uma operação de busca antes da destruição.

O Hamas não reivindicou a autoria do atentado, mas chamou Khawaja de "mártir heroico" e apresentou a operação como uma "iniciativa pessoal" e uma "resposta natural aos crimes da ocupação israelense". A União Europeia pediu a "todas as partes que exerçam moderação" após "o ataque terrorista em Tel Aviv".

Desde o começo do ano, o conflito israelense-palestino causou a morte de 78 palestinos (incluindo membros de grupos armados e civis), 12 civis e um policial israelenses, além de uma mulher ucraniana, segundo um balanço da AFP elaborado com base em fontes oficiais israelenses e palestinas.

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