Paris 2024: COI é críticado ao defender participação de atletas russos com bandeira neutra
No momento em que a guerra na Ucrânia completa um ano, uma espinhosa questão voltou à tona nas últimas semanas: os atletas russos e bielorrussos devem participar dos Jogos de Paris, em 2024?
Em um comunicado divulgado na quarta-feira (22), o Comitê Olímpico Internacional (COI) declarou que os Jogos Olímpicos não podem ser “fonte de divisão e de exclusão de atletas”, defendendo seu projeto de permitir a participação de atletas russos e bielorrussos na Olimpíada de 2024, apesar da invasão da Ucrânia pela Rússia, com o apoio de Belarus.
Na mensagem, intitulada Guerra na Ucrânia, um ano depois, o COI reitera sua solidariedade ao povo ucraniano diante de uma guerra que considera “cruel”, em que “a dor e o sofrimento vão além da imaginação”. O texto também menciona o apelo à paz e diz que o COI está pronto a dar sua “modesta contribuição a todo esforço para edificar a paz”.
O comitê lembrou que, em fevereiro de 2022, após o início da guerra, adotou sanções contra a Rússia e Belarus, como a exclusão de atletas e do uso de símbolos dos dois países em eventos esportivos internacionais. A medida ainda está em vigor, lembra a entidade, que está no centro de uma avalanche de críticas ao sinalizar com a possibilidade de os esportistas russos e bielorrussos poderem competir com bandeira neutra.
No início da semana, um grupo de 30 países, incluindo a França, país-sede da Olimpíada de 2024, enviou ao Comitê Olímpico Internacional uma carta pedindo maior esclarecimento sobre os critérios de neutralidade da entidade.
Os desdobramentos da guerra é que deverão definir as decisões a serem tomadas, o que pode demorar semanas ou até meses, mas enquanto isso, os diferentes protagonistas vão continuar exercendo pressão uns sobre os outros.
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